Hong
Kong, China, 15 out (Lusa) -- A polícia de Hong Kong acusou hoje sete agentes
por agressão contra um ativista durante os protestos de 2014, mas este vai ser
também acusado de violência e obstrução às autoridades, informou a imprensa.
Os
sete agentes foram acusados no âmbito do ataque ao ativista e membro do Partido
Cívico Ken Tsang, na madrugada de 15 outubro de 2014, há exatamente um ano.
"Sete
polícias foram acusados em conjunto por causarem lesão corporal grave com
intenção", disse hoje um porta-voz da polícia citado pela AFP. Um deles
enfrenta ainda a acusação de agressão comum, refere o South China Morning Post.
Os
sete agentes saíram hoje em liberdade sob caução e vão comparecer em tribunal
na próxima segunda-feira.
O
caso da agressão veio a público na sequência da divulgação de imagens da
agressão pela estação de televisão local TVB.
As
imagens mostram um grupo de homens, que se acredita serem polícias à paisana, a
levarem Ken Tsang, algemado, para um canto escuro do Complexo de Tamar -- uma
das zonas ocupadas por manifestantes em protesto pelo sufrágio universal
durante 79 dias. Um dos homens está em cima do ativista a dar-lhe socos,
enquanto outros três o atacam repetidamente ao pontapé.
As
forças de seguranças de Hong Kong foram bastante criticadas pela demora no
tratamento do caso. A agressão aconteceu em meados de outubro e os agentes
foram detidos e suspensos de funções no final de novembro do ano passado.
Ken
Tsang disse aos jornalistas que foi convocado pela polícia para se apresentar
hoje numa esquadra para ser formalmente acusado.
O
ativista afirmou que enfrenta uma acusação de agressão e quatro de obstrução ao
trabalho da polícia. Não foram especificadas as situações na base das
acusações.
Ken
Tsang criticou as acusações como "infundadas, excessivas, ridículas e
contrárias aos factos".
Além
disso, considerou poder tratar-se de uma "tática de relações
públicas" e de uma manobra para "minimizar" o processo contra a
polícia.
"Nada
disto deveria estar a acontecer um ano depois. Sinto que o governo está apenas
a tentar marcar uma posição ao deter-me", afirmou.
Ken
Tsang e os apoiantes reuniram-se, na noite de quarta-feira, no local do ataque
realizado há um ano, para uma vigília contra a violência policial.
FV
// JPS
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