Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento constata melhora do país no Índice de
Desenvolvimento Humano
Correio
do Brasil, com DW – de Brasília
O Brasil
apresentou melhora no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), subindo de 0,752
em 2013 para 0,755 em 2014, dados divulgados nesta segunda-feira pelo Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Apesar
do aumento, o Brasil caiu uma posição no ranking mundial, passando a ocupar o
75º lugar entre 188 países. A queda de posição no Relatório de Desenvolvimento
Humano 2015 se deve ao crescimento acelerado do Sri Lanka no último ano.
– Apesar
de o Brasil ter crescido no IDH, outro país cresceu em ritmo um pouco mais
acelerado que o nosso. A isso se deve nossa queda – observou a coordenadora do
Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional, Andréa Bolzon.
O
primeiro lugar no ranking mundial é da Noruega, seguido por Austrália e Suíça.
Em último lugar está o Niger. Na 75° posição, o Brasil fica atrás de países
latino-americanos como a Argentina (40°), Chile (42°), Uruguai (52°), Cuba
(67°) e a Venezuela (71°).
Os
indicadores que representam avanços sociais, como a expectativa de vida ao
nascer, que aumentou de 74,2 anos em 2013 para 74,5 em 2014, e a média de anos
de estudo, que passou de 7,4 para 7,7 nesse período.
Houve
queda na Renda Nacional Bruta (RNB) per capita de 2014 (15.288
dólares), em relação a 2013 (15.175 dólares). A RNB não sofria retração desde
1990.
– O
relatório mostrou que, do ponto de vista da renda per capita, houve
pequena retração, e é claro que isso afeta também nosso índice de
desenvolvimento humano – observou a coordenadora do Pnud. Ela apontou ainda que
a queda no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro poderá ter impacto negativo
no IDH, já que um dos indicadores, a renda, está relacionada ao PIB.
De
1990 a 2014, o Brasil apresentou crescimento constante no IDH (24,2%), o maior
no período entre os países da América do Sul. No ranking mundial, de 2009 a
2014, o país chegou a avançar três posições.
Andréa
Bolzon aponta que as políticas públicas brasileiras têm responsabilidade direta
sobre esses avanços. “O relatório reconhece os programas de proteção social e
de transferência de renda como importantes para aumentar o desenvolvimento
humano. O desenvolvimento dos países tem acidentes de percurso e, se você tem
uma rede de proteção social forte, obviamente as coisas ficam mais seguras para
todo mundo”, afirmou.
Investimentos
em infraestrutura
O
relatório do Pnud, intitulado O Trabalho como Motor do Desenvolvimento
Humano, analisa dados de 188 países e sugere estratégias para criar
oportunidades e assegurar o bem-estar dos trabalhadores.
De
acordo com o documento, no Brasil, US$ 65 bilhões (cerca de 3,5% do PIB) foram
destinados ao setor privado para a construção de 7 mil quilômetros de rodovias,
ferrovias e portos, entre outras infraestruturas, sendo este um investimento
capaz de criar postos de trabalho que vão “agir sobre a pobreza e a
desigualdade”.
O
relatório indica ainda que o Brasil, que integra o grupo dos países com elevado
desenvolvimento humano, tem ainda um longo caminho a percorrer. O país poderia
cair 20 posições no ranking se, em
lugar do IDH normal, tivesse sido aplicado o “IDH ajustado”, indicador que
leva em conta as discrepâncias em termos de rendimentos, educação e expectativa
de vida.
O
IDH mede o desenvolvimento humano por meio de três componentes: a expectativa
de vida, educação e renda.
Sem comentários:
Enviar um comentário