segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Pedrógão: EDP na origem das chamas e um segundo fogo fora dos registos oficiais



São as conclusões de relatório encomendado pelo Ministério da Administração Interna à Universidade de Coimbra sobre o incêndio de Pedrógão Grande.

Uma linha de média tensão da EDP esteve na origem do grande incêndio de Pedrógão Grande e um dos dois fogos que esteve na origem dessas chamas nem sequer aparece nos registos oficiais. A conclusão é do relatório encomendado pelo Ministério da Administração Interna à Universidade de Coimbra.

O documento com quase 250 páginas (que está a ser lido pela TSF) é muito critico quanto ao combate a este fogo que matou 64 pessoas. Um incêndio que segundo estes especialistas começou numa linha elétrica.

A equipa da Universidade de Coimbra garante que o incêndio mais grave daquele dia, 17 de junho, nasceu de duas ignições que terão sido causadas por contactos entre a vegetação e uma linha elétrica de média tensão. E logo aí começa o tom critico do relatório ao sublinhar que essa origem das chamas revela, desde logo, "uma deficiente gestão de combustíveis na faixa de proteção da linha, por parte da entidade gestora"a EDP.

Os especialistas são claros a dizer que as faixas de proteção da rede elétrica de média tensão EDP não estão "devidamente cuidadas" pelo que a empresa deve aumentar a fiscalização.

Outro problema grave foi o combate inicial ao fogo que afinal nasceu de duas ignições. Uma, já se sabia, em Escalos Fundeiros e outra em Regadas, sendo em Regadas que está um dos maiores mistérios deste fogo.

O relatório garante que este fogo foi "menosprezado", "tendo até à junção com o incêndio de Escalos Fundeiros, apenas um meio pesado de combate terrestre", ou seja, um camião dos bombeiros. Ainda mais estranho: o relatório garante que não há qualquer registo oficial deste incêndio que segundo os especialistas foi de grande relevância para a devastação causada em Pedrógão Grande.

"Várias entidades desconheciam mesmo que o incêndio de Regadas tivesse existido".

Nuno Guedes | TSF

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