quarta-feira, 4 de abril de 2018

ANGLOFONIA NEOCOLONIALISTA NO JORNALISMO E RACISMOS ASSASSINOS


Bom dia. Bom resto de semana, apesar desta primavera invernosa que os deuses loucos nos reservaram. Quando olhamos para fora das janelas revela-se nos nossos olhares o fartum do Inverno, dos dias em que nada é certo relativamente à meteorologia que faz – os “manda-chuva” não acertam exatamente. Nunca acertaram, a não ser quando a “coisa” está mesmo de caras. Quando era verão era mesmo verão e o inverno era mesmo a sério, mas tudo tinha o seu período certo. Atualmente é como as pessoas, os governos, os banqueiros, os do judiciário, da política, dos poderes, nos empregos… Nada é certo nem de confiar. Pois.

Expresso Curto com Cristina Peres. Mais um título em inglês. Claro, a neocolonização daquelas mentes servem para nos neocolonizar. Há até os que, se não existissem os corretores automáticos na Internet, nem sabiam escrever em português. Antes havia os “revisores” nos jornais (ainda há?) mas não eram tão necessários como agora. Aliás, vimos como escrevem e falam certos licenciados e ‘dótores’. E anda a CPLP a pregar o uso do português e todos nós a pagarmos. Do mal, o menos, não é? Pois. Por causa dessa mentalidade é que o macaco… É razão para nos preocuparmos, claro que é. Os jornalistas têm toda a responsabilidade na defesa e uso da língua Mátria. Deixem-se de tendências prejudiciais com esses anglofonismos da treta. Vícios. Porém, tirando isso, é um Curto de Ouro. Obrigado, senhora jornalista. Quem não o ler fica a perder acerca de estar ou não informado.

Um péssimo exemplo. Lembram-se do Cavaco Silva nos seus conspícuos ‘ões e ães?’? Entre muitas outras. Era, e deve continuar a ser, uma lástima no falar. Calinada na gramática era com ele. Pois. Como burro velho não apreende línguas, diz o adágio, Cavaco agora deve andar numa de ao falar sair mesmo tudo trocado, em português, eslovaco ou outra língua qualquer. Não era barra das letras mas sim barra em nos tramar e encher-se, a ele e aos amigos – alguns comprovados e indiciados criminosos. Enfim, um alcaponesinho de trazer pelo país. P'ra parvo sofrer.

Ora, ora. Vejam bem onde isto foi dar. A prosa. Fogo de palha, perda de tempo sobre aquele grande… Basta. Vamos lá ao Expresso Curto da jornalista do burgo Balsemão Expresso Impresa, e o que mais der: Racismo. Puro e duro. Assassino. Não foi só na era de Luter King. Sabemos. É “coisa” da atualidade. Em Portugal há racismo em barda. Mas criou-se o dito salazarista e convencimento falsamente declarado de que “os portugueses não são racistas”. Ora, uma ova! Existem imensos portugueses que são racistas, apesar de não o reconhecerem. Adiante, que é para não tergiversar demasiado.

Pois é disso que o Curto hoje mais trata a abrir. Os 50 anos após o assassinato de Luter King. A seguir também o PG rebuscou o artigo de Rui Cardoso, do Expresso (que o Curto refere), pode ler aqui (a seguir a este Curto que vem já a seguir no PG). Leia e deixemo-nos de mais prosa.

Bom dia, à tarde também é de dia, e boas festas… aos animais que passarem por si. E você por eles. Saúde. (MM | PG)

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Have a dream

Cristina Peres | Expresso

Sonha! Este é o lema de uma escola de Kampala, a capital do Uganda, exibido no portão da entrada de um espaço de ensino dedicado a crianças pobres. “Have a dream” foi retirado do discurso mais famoso de Martin Luther King Jr., o reverendo norte-americano assassinado em 4 de abril de 1968, faz hoje 50 anos. Na Libéria, país fundado por negros regressados a África, já livres, há escolas que adotaram o mesmo nome: Martin Luther King Jr. ressoa nas lutas atuais pelo fim da injustiça e da segregação racial. Em dezembro de 1965, King denunciava em Nova Iorque o regime de apartheid da África do Sul liderado por “espetaculares selvagens e brutos” brancos, que representavam uma minoria da população num país negro. King apelou ao boicote dos Estados Unidos e da Europa e ele acabou por fazer a diferença. Direitos civis e económicos, fim do racismo, igualdade de acesso, mesmos direitos para brancos e negros. Nos EUA, em África, em todo o mundo.

O movimento Black Lives Matter é hoje o herdeiro mais ativo de Luther King, o homem que deu novo sentido ao ativismo no dia 28 de agosto de 1963. “I have a dream” (veja aqui o vídeo ) não estará hoje totalmente realizado, mas muito se andou em meio século. Cinco anos antes de ser assassinado, naquele dia da Marcha por Empregos e Liberdade que encheu o centro de Washington de pessoas com vontade de fazer o mundo avançar, King dava início a uma nova era de expressão pública, de delação do abuso na “terra da liberdade”. Os métodos defendidos pelo reverendo tiveram um impacto duradouro na forma como os atuais organizadores dos movimentos cívicos organizam o seu trabalho, escreve o “Independent”. São eles que defendem ossucessos atuais, que foram inspirados pelo sonho de King. Mesmo ou precisamente na América xenófoba onde se reacenderam as tensões raciais após a eleição de Donald Trump.

O reverendo William Barber da Carolina do Norte, nascido dois dias após a morte de King, propõe prosseguir a caminhada. King era um adepto da não-violência e não se cansou de sublinhar o poder e a virtude do amor para mudar o mundo. Aqui fica o último discurso público de King, que começa assim: “Não sei o que acontecerá agora, temos dias difíceis pela frente, mas eu não me importo porque já fui ao topo da montanha”.

OUTRAS NOTÍCIAS

França está a ferro e fogo desde que, ontem, as greves dos comboios paralisaram praticamente todo o país. O objetivo é rejeitar sonoramente as reformas propostas pelo Presidente Emmanuel Macron. Foi o primeiro dia de três meses de greves intermitentes que vão afetar 4.5 milhões de utilizadores da rede nacional de comboios que começaram a parar na chamada “terça-feira negra”. A disfunção foi considerável e prometem-se mais manifestações e caos de tráfico contra a decisão presidencial de liberalizar a economia e alterar as leis do trabalho no setor público. Trabalhadores e estudantes marcharam juntos pelas ruas das principais cidades do país. Prometem muito mais, como reporta o diário “Le Monde”. O Daniel Ribeiro explica tudo aqui.

Trump deu o “grande passo em frente” e preconizou o envio de tropas para a fronteira com o México. “Vamos guardar a fronteira com militares até o muro estar concluído”, disse, citado pela CNN. Porque “as leis aprovadas pelos democratas são tão patéticas e tão fracas que…”, declarou o Presidente dos EUA a partir da Sala Oval. Trump não é o primeiro POTUS a enviar a Guarda Nacional para aquela fronteira. Em 2010, Obama enviou 1.200 efetivos, como George W. Bush fizera quatro anos antes… 

Em paralelo, a administração Trump anunciou 25% de tarifas em importações da China no valor de $50 mil milhões, aplicadas em produtos que vão de locomotivas a limpa-neves. A China vai responder com a sua extensa lista de tarifas a produtos mai in USA, resume a Reuters.

Por cá, há que recuar a julho de 2004 para encontrar taxas de desemprego em Portugal tão baixas como as atuais, 7,8%. O valor mantém-se abaixo dos 8% desde o início do ano.

Ministro e secretário de Estado da Cultura foram ontem ouvidos pelo primeiro-ministro sobre a onda de protestos no meio artístico. António Costa não ficou satisfeito com a justificação da DGArtes e chamou Castro Mendes e Miguel Honrado a São Bento. Os artistas não aceitam as justificações e apesar de o Governo ter anunciado um aumento das verbas para €72,5 estão marcados protestos em Lisboa e Porto na próxima sexta-feira. O Público escreve hoje na 1ª página: “Nem com a troika em Portugal contestação foi tão forte”.

Manchetes do dia: “Descentralização: Acordo iminente Governo-PSD dá às câmaras mais 1,2 mil milhões”, Público; “PSP tem 16 sindicatos e os dirigentes somam 36 mil dias de folgas”, DN; “Tropa quer usar armas como a polícia”, CM; “Eutanásia: PS quer que dois médicos bastem para aprovar o processo”, i; “Pressão turística no Porto e Lisboa superior a Londres”, JN; “Cotadas vão dar 17% dos lucros aos acionistas”, Negócios.

O Governo está a seguir a greve dos tripulantes de cabine da Ryanair após denúncia de que a empresa substituiu ilegalmente grevistas portugueses e admite punir aquela transportadora aérea.

Hospitais de Gaza: “Israel atirou a matar ou para mutilar”, declara um médico à Aljazeera, a propósito dos 18 mortos e 1.500 feridos palestinianos que resultaram da violenta e mortal reação israelita à manifestação de sexta-feira passada. A propósito, o príncipe da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, declarou que os israelitas “têm direito a ter a sua própria terra”, refletindo a sua visão de Israel como parceiro económico estratégico.

Nova-velha-guerra: “Eu era apenas um soldado raso por isso não sei porque é que estávamos a lutar. Há muitas razões, acho… As guerras aqui nunca vão acabar”, diz Justin Kapitu ao repórter do “Guardian”, um soldado rebelde congolês de 22 anos ferido em combate que tem a morte anunciada. Centenas de milhares de pessoas têm fugido nos últimos tempos dos confrontos reavivados no leste da República Democrática do Congo. Já morreram mais de cinco milhões de pessoas nestes conflitos que ameaçam a região. Ameaçam Angola, por exemplo.

A seguir à Rússia em novembro último, é em Ancara, na Turquia, que tem hoje lugar a reunião trilateral dos líderes do Irão, Rússia e Turquia para resolver a crise da Síria, tentando responder aos recentes e rápidos desenvolvimentos no terreno. O colapso iminente de forças rebeldes num dos seus principais bastiões assinala o princípio do fim da sua campanha de sete anos para acabar com o regime sírio, quando parte considerável do país foge ainda ao controlo de Damasco. Nada está para breve, nem a vitória de Al-Bashar nem a paz com os inimigos. Na ausência de um acordo, é de esperar mais derramamento de sangue, mais refugiados…

O Presidente de Itália, Sergio Mattarella dá hoje início a conversações para a formação do Governo que não ficou claro na saída das urnas das eleições do mês passado. A opção menos artificial (está nestes termos!) talvez fosse uma coligação populista entre o maior partido, o Movimento Cinco Estrelas, M5S, e a Liga Norte, de direita-direita. Não há é acordo para quem ocupará a chefia desse eventual governo.

No Brasil, é a vez de o Supremo Tribunal Federal analisar hoje o pedido de habeas corpus de Lula da Silva.Condenado por corrupção em julho de 2017 com uma sentença de 12 anos de prisão, o ex-Presidente petista espera conseguir evitar as grades e prosseguir a campanha às próximas presidenciais. Está hoje nas mãos de 11 juízes o futuro do líder das sondagens para o escrutínio de outubro.

Novo continente: a Quartz escreve sobre o futuro previsível de África que foi revelado pelas fortíssimas chuvas que caíram no Quénia em março: há uma falha no território que atravessa a zona oriental de África, contígua aos milhares de quilómetros do Rift Valley que vão do Golfo de Aden a Moçambique, que vai acabar por separar o continente em dois.

FRASES

“Estamos a identificar as estruturas elegíveis que a dotação dos concursos não permitiu abranger”, Miguel Honrado, secretário de Estado da Cultura citado pelo Público

“Miguel Honrado não tem condições para continuar no cargo: criou uma tal crispação no setor que torna impraticável o diálogo com as estruturas culturais”, Augusto M. Seabra, Público

“Este ano já houve aumento de verbas que ultrapassaram as transferências de 2011”, Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna a propósito da dotação das câmaras para novas competências ao Público

“Preso ou solto, Lula é inelegível”, Gilmar Mendes, juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil ao DN

O QUE ANDO A VER/LER

Cada vez que alguém fazia 50 anos, o avô de um amigo meu oferecia meia edição do diário “O Século” tesourada ao meio com rigor científico. Era uma pessoa com particular sentido de humor de quem hoje me lembrei ao repescar um texto que o (meu querido) Eurico Barros publicou há dois dias no Observador a propósito dos 50 anos da estreia do filme “2001: Odisseia no Espaço”. Foi o primeiro “filme da minha vida”, não perdeu molécula do fascínio com que o vi pela primeira vez quando, depois de anos de espera, tive finalmente idade para assistir a uma daquelas “reprises” em 70mm no cinema Monumental. Já não existe nem o Monumental, nem as “reprises” em 70mm nem o Stanley Kubrick, porém sobrou o filme visionárioe os 50 factos que o Eurico conta sobre ele. Leia aqui neste artigo da revista “Space” a recensão do livro que agora saiu e reflete sobre o filme estreado a 3 de abril de 1968. A revista “Variety” defende que o mundo está finalmente a fazer justiça ao filme em cuja estreia vários foram os que abandonaram as salas, incluindo Rock Hudson, quem diria? 1968, mundo diferente, não? Parece que lá em cima não mudou assim tanto… 

Vi também parte deste incrível documentário do “Guardian” sobre um homem de São Francisco que vive em total escuridão e criou um incrível mundo sem paralelo.

E pronto, ponto. Amanhã haverá mais realidade, ficção e notícias. Sempre notícias! em www.expresso.pt e no Expresso Diário, lá para as 18h…

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