sábado, 24 de março de 2012

O ESTADO POLICIAL DA NAÇÃO PASSOS-CAVAQUISTA




António Veríssimo

QUE SE VÃO

Já não se via mastins do regime à solta em gozada repressão e pancadaria aos manifestantes desde os tempos negros do Cavaquismo. Nesse tempo registaram-se várias vítimas entre o povo português cuja memória de tais ferimentos e nódoas negras pelo corpo datavam do regime salazarista. Era aí, nesse tempo, que os mastins fascistas da PSP davam largas à sua fúria selvática, começando por eles próprios provocarem quem somente pretendia pacificamente protestar contra o regime que nos relegava para a miséria, a exploração, a fome, a guerra e a submissão tão ao jeito dos revivalistas hitlerianos. Agora é o mesmo, sob a batuta de Cavaco-Passos, porque são eles os principais responsáveis por todo este hediondo revivalismo nas práticas que podemos presenciar através da compilação vídeo aqui exposta. Para quem sobreviveu a repressões do passado salazarista estas imagens são causa de lágrimas de tristeza e de revolta por constatar como um algarvio cobarde que ocupa Belém e um retornado de Angola revanchista, chefe em São Bento, são responsáveis pelo rumo repressivo e antidemocrático que estamos a vivenciar. Que se vão e levem todos os responsáveis da PSP feios, porcos e maus. Desandem!

MAIS CRUZES NAS ARMAS DE REPRESSÃO DE PSD-CAVACO

Se Cavaco cumprir a tradição dos pistoleiros do velho oeste americano deverá fazer mais marcas nas suas armas de repressão ao povo português, armas que são usadas sempre que está no poder. O mesmo será de esperar do PSD, mais cruzes, mais marcas, as correspondentes às vítimas do comportamento dos  mastins da PSP que mostraram o terrivel caminho que desejam para Portugal e para os portugueses. E falam um e outro, o de Belém e o de São Bento, em democracia. Que hipocrisia! Que prosápia!

Em Junho de 1994, sob o pleno e antidemocrático governo de Cavaco Silva aconteceu a revolta na Ponte 25 de Abril. Diz então, 10 anos passados, o jornal Correio da Manhã em artigo de efeméride: “A 21 de Junho de 1994, milhares de utentes da que era então a única grande via de travessia do Tejo davam expressão ao seu protesto contra o agravamento das portagens, decretado pelo Governo de Cavaco Silva. A primeira forma de luta encontrada pelos utentes para mostrar a sua indignação frente ao aumento de 50 por cento nas portagens foi o buzinão ensurdecedor. Os quatro dias seguintes motivaram enormes engarrafamentos na Ponte e em todos os seus acessos, quer do lado de Lisboa quer da Margem Sul.

Na realidade, como é reportado, foram quatro penosos dias de resistência, consistente mas pacifica, por parte dos manifestantes. As investidas dos mastins da PSP a simples protestos verbais eram frequentes, os feridos também. Até que, refere o Correio da Manhã na peça da efeméride: “Luís Miguel Cardoso Figueiredo tinha 18 anos e era carpinteiro de profissão quando uma "bala perdida", ao que se disse, o amarraria para sempre a uma cadeira de rodas, na condição de paraplégico. Tal como foi amplamente noticiado na altura, o dramático incidente aconteceu na confusão gerada durante a manifestação de protesto de 25 de Junho de 1994 contra o aumento das portagens na Ponte 25 de Abril.”

Sob o título “JOVEM BALEADO DEDICA-SE À PINTURA”, faz, 10 anos depois, a “história" do jovem baleado em 1994 pelos mastins de Cavaco Silva-PSD e descreve como sobrevive a vítima do cobardolas que agora ocupa em Belém um cargo de que se devia demitir se vergonha e respeito pela dignidade dos portugueses fossem sentimentos que soubesse experimentar:

“Hoje, aos 28 anos, Luís Miguel dedica-se à pintura, expondo os seus quadros em autarquias, casas de cultura e galerias. Realizou a primeira exposição individual em Macau. "Fui aconselhado a ir à China fazer tratamento, pois havia a hipótese de uma pequena recuperação, o que vim a comprovar, dado que senti melhoras; nessa altura, surgiu a pintura como forma de combater o isolamento", disse Luís Miguel ao jornal 'A Tribuna de Loures', durante uma das suas mais recentes exposições na Casa da Cultura da Apelação (Loures).”

Como agora, nesse tempo, sem razão, criminosamente, os mastins da PSP, disparavam a eito sobre manifestantes (agora, por enquanto, são pontapés e cargas de bastões). Era PM Cavaco Silva e os seus ministros eram do PSD, como ele. O PR, desse tempo, Mário Soares, não teve dúvidas em chamar à atenção Cavaco para o que se estava a passar de errado, repreendendo-o em chamada a Belém e manifestando publicamente a sua reprovação.

Para Cavaco aquilo foi somente motivo para fazer mais umas marcas, umas cruzes, no seu armamento repressivo: os mastins da PSP. Para o PSD também. E agora voltámos ao mesmo. A compilação em vídeo mostra-o de forma inequívoca. Tenham a paciência de ver. Tenham o orgulho de serem portugueses e de escorraçar estes saudosos cadáveres salazaristas que tomaram o poder enganando tudo e todos que se deixaram ir nas loas. Que se vão. Desandem!

Nota: Em certas partes da reportagem está patente o servilismo ao regime da "pivot" da RTP que põe a voz. Tal qual outros cadáveres televisivos do salazarismo de outrora.

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