sexta-feira, 13 de julho de 2012

INTERIOR DE ANGOLA VIVE “NUM UNIVERSO DE SILÊNCIO”




Luís Costa Ribas, Huambo – Voa News

Presidente do Forum Universitário diz que debates são restringidos a Luanda não chegando ao interior

O presidente do Forum Universitário, Angelo Kapwatcha, disse que "o interior de Angola vive num universo de silêncio".

Entrevistado pela Voz da América no Huambo, sede desta organização da sociedade civil, Kapwatcha disse que a sua organização pretende fomentar o debate e a cidadania, tarefas mais importantes em tempo de eleições.

Kapwatcha nota que "o momento das eleições é marcado por deficiências logísticas" que devem ser debatidas. Mas porque a maior parte dos debates decorrem em Luanda, o presidente do Forum afirma que o interior vive num "universo de silêncio" onde os debates não chegam.

Manifesta preocupação não só com as deficiências logísticas, mas também com o grau de educação eleitoral dos cidadãos, e com o facto de a sua participação eleitoral "ser mais indução propagandistica dos partidos e não o entendimento profundo do papel do voto na vida do cidadão".

Kapwatcha diz que o Forum está activo a chamar a atenção para problemas como a falta de dinâmica e a passividade dos partidos, que não investem na representação junto das populações das áreas mais remotas, às vezes por falta de recursos, mas também por falta de interesse.

Num campo mais vasto, preocupa-o a demora na organização interna da CNE, devido ao episódio Suzana Inglês, o que o faz recear menos lisura no processo eleitoral.

"Em 2008 a logistica foi atendida minimamente" e, mesmo assim, diz, houve irregularidades, fazendo recear que, este ano, com atrasos maiores na organização das eleições, a situação seja mais delicada.

Angelo Kapwatcha está, também, preocupado com "tensão social na fase pré-eleitoral" a qual "tem caracteristicas da fase pré-eleitoral de 1992, marcada pela contestação, exclusão social, pobreza"... E por uma resposta do governo "que é o desaparecimento de pessoas, prisões e tortura. Isto representa mais ameaças do que oportunidades".

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