domingo, 13 de janeiro de 2013

Greve de médicos moçambicanos sem solução à vista ao sexto dia de paralisação




MMT – MSF - Lusa

Maputo, 12 jan (Lusa) - Os médicos moçambicanos prosseguem hoje o sexto dia de greve, sem uma solução à vista, com o Governo e a Associação Médica de Moçambique (AMM) a acusarem-se mutuamente de falta de abertura para solucionar o diferendo.

As partes envolvidas no conflito terminaram, na madrugada de hoje, um encontro sem qualquer acordo sobre o único ponto que os opõe e levou à paralisação das atividades dos médicos na passada segunda feira: o aumento salarial.

Em declarações hoje à Lusa, o presidente da AMM, Jorge Arroz, disse que pretende agora obter garantias do primeiro-ministro moçambicano, Alberto Vaquina, sobre a questão salarial, porque "há uma total desconfiança dos médicos em relação ao Ministério da Saúde".

Segundo Jorge Arroz, os membros da AMM consideram que um acordo apenas com o pelouro da Saúde pode não trazer bons resultados para os médicos, porque o Ministério da Saúde "não é a entidade competente para dar garantias devidas".

"Provavelmente voltamos à estaca zero das negociações", disse Jorge Arroz, assinalando que na segunda-feira os médicos voltam a reunir-se para concertar posições, no entanto, "a greve prossegue".

Em contacto com a Lusa, o porta-voz do Ministério da Saúde, Martinho Djedje, disse que "o processo de negociação salarial depende de um calendário" e passa por discussão na chamada "concertação social" entre o Governo, os sindicatos e empregadores, que anualmente se reúnem, em abril, para debater o aumento de salários, sobretudo, na função pública.

Nas unidades sanitárias do país, nomeadamente o Hospital Central de Maputo, a maior do país, a situação de atendimento aos pacientes continua "preocupante", reconheceu Martinho Djedje.

"Com algum sacrifício do pessoal que não aderiu à greve, as unidades sanitárias estão a trabalhar. Por isso que apelamos aos médicos para que voltem ao serviço", afirmou.

Martinho Djedje afirmou que o Ministério da Saúde está "a trabalhar no sentido resolver o problema" e que "está preocupado" com a situação nos hospitais.

Caso os médicos não levantem a greve, "não sabemos o que vai acontecer no futuro", disse o porta-voz do Ministério da Saúde de Moçambique.

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