PARA A MAIORIA É “QUE
SE LIXE A TROIKA”, PARA ELES É “QUE SE LIXE O POVO”
António Veríssimo
Foi mais uma. Mais
uma manifestação de repúdio pelas políticas do atual governo, xingado e vaiado,
assim como do presidente da República e políticos partidários quase na
generalidade, principalmente deputados – como foi perceptível na SIC Notícias
quando a repórter no Terreiro do Paço quis entrevistar Jamila Madeira, do
Partido Socialista. Os portugueses já não suportam os políticos da atualidade,
querem que sejam encontradas soluções em novos quadros de justiça, democracia e
liberdade e não que a permanência dos gatunos (políticos da atualidade)
perdure. Nesta “leva” estão incluídos alguns ministros do passado recente, os
atuais e o presidente da República, Cavaco Silva.
Nunca em Portugal
se viu e ouviu o povo “mimar” com impropérios um primeiro-ministro. Do estilo “cabrão”,
“sacana”, “gatuno”, ou “Passos escuta és um filho da puta” - palavra de ordem
sonante que transporta as nossas consciências em avaliação de sofrimentos
causados pelas políticas de Passos Coelho e a condução a desesperos que
resultam naquilo que não devíamos presenciar e escutar. Existe indignação, repúdio
e um ódio contido às políticas deste governo. Assim como mais especificamente a
determinados elementos do governo, principalmente a Vítor Gaspar e Passos
Coelho. Para Cavaco Silva, presidente da República os “mimos” foram vaias
sempre que a ele se referiam.
A organização de “Que
se Lixe a Troika” estimou em 500 mil pessoas que se manifestaram nas ruas de
Lisboa. Diríamos que foram mais. De qualquer modo foi uma enorme e cívica
manifestação dos portugueses em Lisboa, em Coimbra (40 mil) e no Porto (200
mil), para além de outras cidades de Portugal que compreensivelmente viram os números
de manifestantes muito mais reduzidos. Ao todo Portugal inteiro viu decerto
mais de um milhão de portugueses manifestarem-se contra este governo aparentemente
chefiado por Passos Coelho sob a proteção de Cavaco Silva, de banqueiros e
outros agentes de grandes impérios do capital, para além dos neoliberais
fascizantes que dominam a União Europeia.
A avaliação da
Troika esteve a ser feita pelos funcionários diligentes - que fugiram ao
percurso da manifestação e reuniram em local secreto – enquanto os portugueses
exigiram por todo o país a demissão do governo. Quase podemos garantir que
Cavaco Silva fará o que melhor sabe fazer: ignorar o que esta tarde aconteceu
em Portugal. No seu estilo dixlexo tudo fará para o somar a uma enorme crise de
autismo e daí à falsa cegueira e surdez não vai haver distância. Tudo redundará
no silêncio ou, na melhor das hipóteses, em palavras ocas próprias de
oportunista ganancioso com odores insuportáveis a salazarismo. O tabu perdurará
quase de certeza e tudo fará para manter este seu governo em exercício. Compreende-se,
na atualidade nem ele nem o governo têm o apoio da maioria dos portugueses e um
indesejado nunca quer sê-lo sozinho. Deste modo apoiam-se uns nos outros, sozinhos,
a dar cobertura ao malbaratar das vidas dos portugueses. Para eles importa
ganhar tempo para implementarem o máximo de políticas possíveis contra Portugal
e a sua população. Fazem-no por opção ideológica. Se o povo diz “Que se Lixe a Troika”,
Cavaco, o governo e os deputados da falsa maioria que apoia o governo dizem “Que
se Lixe o Povo”. O que prova que uns e outros não são mais nem menos que
exatamente parasitas sem-vergonha - presidente da República, governo e
deputados daquela falsa maioria que na atualidade já não tem representatividade
legítima.
Os portugueses
exigem e urge a demissão de todos estes devassos políticos, uma renovação e
novas práticas, menos gula, honestidade, patriotismo e novas eleições.
MOÇÃO DE CENSURA
LIDA NO TERREIRO DO PAÇO, EM LISBOA (Porto, Coimbra e noutras cidades de Portugal)
Sem comentários:
Enviar um comentário