domingo, 8 de setembro de 2013

Portugal: AVANTE, CAMARADAS, AVANTE! - resistência na Quinta da Atalaia

 


Avante!: Jerónimo de Sousa contra “política de rapina” do Governo
 
O secretário-geral do PCP criticou hoje a "política de rapina" do Governo da maioria PSD/CDS-PP, que faz da Constituição da República Portuguesa "bode expiatório", sem deixar de fora o PS porque abriu caminho ao "pacto de agressão".
 
"É evidente que lançam o barro à parede. Exigem tudo para conseguir sempre muito. Este fatiar sistemático e implacável, quer dos rendimentos do trabalho, que dos seus direitos, é a institucionalização de uma descarada política de rapina e de exploração do trabalho, que tem de ser travada e revertida", afirmou Jerónimo de Sousa, no encerramento da 37.ª Festa do "Avante!", no Seixal, relativamente aos cortes anunciados na despesa do Estado.
 
O líder comunista, num discurso de cerca de uma hora, perante uma plateia de várias dezenas de milhares de pessoas, no palco 25 de Abril da Quinta da Atalaia, condenou o anúncio do executivo de Passos Coelho e Portas de "um novo ciclo, uma viragem na ação do Governo" por se passarem a "apresentar-se como os mais paladinos defensores do crescimento económico e do emprego".
 
"É preciso dizer com total clareza que não aceitamos que, em nome da crise, se possa invocar o direito de não cumprir a Constituição. Tal como não se pode aceitar que, em nome da obediência à 'troika', se possa instalar uma espécie de 'estado de sítio' não declarado ao país", continuou, referindo-se aos dois mais recentes 'chumbos' do Tribunal Constitucional.
 
O deputado do PCP classificou outro ano de funções do executivo, o segundo, como "uma governação de destruição e desastre nacional", na "aplicação do pacto de agressão de ruína do país e da vida dos portugueses que o PS e os partidos do atual Governo concertaram com o Fundo Monetário Internacional, União Europeia e Banco Central Europeu ['troika'], à revelia do povo".
 
"Têm muitas contas a prestar aos portugueses por esta sua errada e ilegítima decisão", afirmou, destacando que "21% da população portuguesa está a viver abaixo do limiar da pobreza", e que o Governo conta "com a conivência e apoio do PS em aspetos centrais".
 
Para o líder comunista, "é preciso dizer 'basta' à política da mentira e do cinismo".
 
"Pela mão dos governos do PS e de Sócrates já se desbravava o que o pacto de agressão veio consolidar (ataque às autarquias, escola pública, Serviço Nacional de Saúde, despedimentos e congelamento de salários na Função Pública) e que Passos (Coelho) e (Paulo) Portas se encarregaram de intensificar", considerou.
 
Jerónimo de Sousa não admite que "o PS, agora que se avizinham eleições, venha encher o ar de palavras contra o atual Governo quando, de facto, desenhou e caucionou a ofensiva em curso".
 
HPG // MSF - Lusa
 
Avante!: Jerónimo pede a Passos para deixar “lamúrias” e “falar verdade”
 
O secretário-geral do PCP insistiu hoje para o primeiro-ministro do Governo maioritário PSD/CDS-PP colocar de parte as "lamúrias" e "falar verdade" aos portugueses sobre futuros cortes na despesa do Estado.
 
"Tendo em conta as eleições de dia 29 (autárquicas), (o Governo) não concretiza qual é o mal que vai fazer aos reformados e pensionistas, se é corte, se é taxa. Vai fazer um novo assalto às reformas e pensões. O que entende desse guião do FMI que pretende uma nova ofensiva no plano laboral", lamentou Jerónimo de Sousa.
 
O líder comunista acusou mesmo Passos Coelho de não estar a "falar verdade", ficando-se por "meia-verdade".
 
"Não tem de se queixar. Deixe-se de lamúrias e diga a verdade ao povo português", exortou o líder comunista, na Festa do "Avante!", no Seixal.
 
Para Jerónimo de Sousa, trata-se de "um Governo que ultimamente vem anunciando que se inverteu a crise, a recessão, o número de desempregados, sabendo que são meros sinais que resultam de uma conjuntura", exemplificando com o caso de números dados como positivos em termos de evolução económica, no caso das exportações, uma vez que "junho teve 19 dias úteis e julho teve 23... e o país continua em recessão".
 
O líder do PSD acusou hoje a oposição de "esperteza saloia" numa tentativa de ganhar votos e criticou mesmo o PS por marcar a reabertura parlamentar com a exigência de baixa de impostos, afirmando haver boas razões para que alguns analistas de mercado pensem que "volta o desatino e a insustentabilidade" no dia em que a ‘troika' sair de Portugal.
 
Relativamente a nova decisão do Tribunal Constitucional favorável à elegibilidade de candidatos autárquicos com mais de três mandatos, no caso de freguesias agregadas, o secretário-geral comunista rejeitou qualquer necessidade de legislação sobre o assunto.
 
"Não consideramos necessária qualquer clarificação. Desde sempre rejeitámos e há as decisões do TC que correspondem a esse sentido de fazer prevalecer o direito fundamental em vez da restrição. A melhor forma de julgar a obra não é por decreto, mas pelo voto das populações", afirmou, criticando, sobretudo o BE pelas iniciativas de impugnação, com intuitos "reacionários, protofascistas".
 
Para o PCP, o objetivo para as eleições autárquicas, "sem traçar metas concretas, é obter mais mandatos e mais votos", com a "honestidade", "trabalho" e "competência" da CDU, que congrega ainda "Verdes" e Intervenção Democrática
 
Ao todo, a CDU concorre em 301 dos 308 municípios, no Continente, Madeira e 12 dos 19 açorianos, estando presente em 2.459 freguesias, mais 186 do que em 2009.
 
Jerónimo de Sousa reforçou ainda que "mais de 35 por cento de candidatos são independentes" das forças políticas que constituem a CDU.
 
HPG // VM - Lusa
 
Foto: Miguel A. Lopes - Lusa
 
Título PG
 

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