quinta-feira, 7 de agosto de 2014

MOZA BANCO DEMARCA-SE DA CRISE NO ACIONISTA PORTUGUÊS



Finanças

O Moza Banco garantiu, esta terça-feira, a robustez dos seus capitais próprios, sem esclarecer qual das duas novas instituições resultantes da transformação do Banco Espírito Santo vai assumir a participação de 49% do banco português.

“As empresas não financeiras do GES, da família Espírito Santo, não têm qualquer dívida junto do Moza Banco, não havendo por isso crédito malparado que possa afectar os seus capitais próprios”, que se mantêm “a um nível robusto e acima das exigências regulamentares”, segundo um comunicado citado pela Lusa. O texto é omisso em relação ao futuro da participação de 49% do BES no Moza Banco e os pedidos de esclarecimento da Lusa foram remetidos ao accionista português. “O conselho de administração e a comissão executiva do Moza Banco têm seguido o evoluir da situação do BES, as decisões das autoridades portuguesas relativamente aos seus activos problemáticos e as decisões que foram tomadas com vista à obtenção de um quadro de actividade estabilizado, seguro e com níveis de solvência reforçados”, refere apenas o comunicado.

O documento reitera os pontos já divulgados pelo Moza Banco a 24 de julho, quando realçou que a instituição é detida em 51% pela Moçambique Capitais e que as decisões dos órgãos sociais decorrem num “ambiente em que existe uma clara separação dos interesses dos accionistas” e o “ rigoroso cumprimento das normas prudenciais e das regras do ‘compliance’ determinadas pelo Banco de Moçambique e pela legislação em vigor”.

A instituição bancária lembra que “os procedimentos de entrada e saída de capitais em Moçambique requerem vistos prévios do Banco Central, o que torna o Moza Banco imune a eventuais riscos de contágio em relação ao quadro verificado nas últimas semanas no sistema financeiro em Portugal”.

Segundo dados da empresa, o Moza Banco é o quarto maior do país. emprega 500 funcionários e planeia abrir, até ao fim do ano, seis agências, a juntar às 26 existentes.
No primeiro semestre, “registou um crescimento robusto no volume de negócios, com os depósitos e volumes de crédito a aumentarem”, informou ainda o Moza Banco, sem precisar valores.

O BES, tal como era conhecido, acabou este fim-de-semana, depois de o Banco de Portugal (BdP) ter anunciado a sua separação num ‘banco bom’, denominado Novo Banco, e num ‘banco mau’ (‘bad bank’).

O Novo Banco fica com os activos bons que pertenciam ao BES, como depósitos e créditos bons, e recebe uma capitalização de 4.900 milhões de euros, enquanto o ‘bad bank’ ficará com os activos tóxicos

O País (mz)

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