Na
reserva transfronteiriça de Chimanimani, não há barreiras que impeçam os
garimpeiros zimbabueanos de passar para território moçambicano. A
administradora da reserva diz que há confrontos bastante violentos.
A
prática de garimpo ilegal é comum na reserva transfronteiriça de Chimanimani,
situada a cerca de 200 quilómetros da cidade de Chimoio, no centro de
Moçambique. A reserva tem cerca de 640 quilómetros quadrados, em que
garimpeiros moçambicanos e zimbabueanos disputam a extração de ouro.
Com
frequência, há confrontos, segundo a administradora da reserva, Cândida Lucas.
Os garimpeiros zimbabueanos entram em território moçambicano e atacam os
moçambicanos.
"Assistimos
à distância a uma grande violência. Eles chegam a matar. Porque quando aparecem
os zimbabueanos e o moçambicano tenta resistir, eles juntam-se. Quem decide
ficar é maltratado. É o salve-se quem puder."
Lucas
conta ainda que os fiscais da reserva também já foram agredidos ao impedir a
prática ilegal de garimpo.
Garimpeiros
zimbabueanos não aceitaram gravar entrevista com a DW África. Referiram apenas
que a parte da reserva onde há mais ouro está no lado do Zimbabué.
Nova
força especial
A
administradora da reserva de Chimanimani espera que, com uma nova força
especial no terreno, a violência possa diminuir.
"Eu
tenho muita esperança de que vamos melhorar esta situação do garimpo com a
vinda da nova força, que vem ajudar os parques e reservas a intervir nas áreas
do garimpo e outras", diz Cândida Lucas.
Na
semana passada, três garimpeiros morreram e 80 foram detidos na sequência de
confrontos com a polícia moçambicana, durante uma operação que visava impedir a
extração ilegal de ouro.
Na
foto: Montanhas de Chimanimani
Arcénio
Sebastião (Beira) – Deutsche Welle
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