O
presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal
(AICEP) considera que "já se assiste a uma recuperação" em Angola,
"embora ténue" e acrescentou que "as perspetivas já não são tão
más".
"A
AICEP tem estado em permanente contacto com as empresas", disse Miguel
Frasquilho em declarações à Lusa, sublinhando que "os dados das
exportações de fevereiro já demonstram alguma estabilização" e
acrescentando que janeiro foi o pior mês em termos de trocas comerciais entre
os dois países.
Em
causa está a degradação do ambiente económico em Angola, particularmente no que
diz respeito às finanças públicas do país, afetadas pela descida do preço do
petróleo que teve um impacto significativo na receita fiscal deste setor e
obrigou à aprovação de um Orçamento retificativo que cortou a fundo na despesa
pública, suspendeu investimento e obrigou a uma racionalização acrescida dos
recursos públicos.
Para
o presidente da AICEP, "hoje já se assiste a uma recuperação" em
Angola, "embora ténue" e "as perspetivas já não são tão
más".
Na
quinta-feira, o Instituto Nacional de Estatística divulgou os números das
trocas comerciais entre os dois países, dando conta de uma quebra de cerca de
30% nas exportações de produtos e bens para Angola, e de uma queda de 79% nas
compras de Portugal àquele país africano, o que melhrou o saldo favorável a
Portugal em 635%, para 245 milhões de euros.
De
acordo com os dados do INE recolhidos pela Lusa, Portugal exportou para Angola
nos dois primeiros meses deste ano 339,7 milhões de euros em produtos e bens, o
que representa uma descida de 29,6% face aos 482,3 milhões exportados em
janeiro e fevereiro do ano passado.
As
importações de produtos angolanos, principalmente de petróleo, o produto mais
comprado por Portugal a Angola, caíram quase 80%, passando de 448,9 milhões de
euros nos primeiros dois meses de 2014 para apenas 94,2 milhões, em janeiro e
fevereiro deste ano.
O
saldo entre os dois países, que no mesmo período do ano passado era favorável a
Portugal em 33,4 milhões de euros, teve uma vertiginosa subida de 635,2% para
245,5 milhões de euros.
Estes
valores, aliás, explicam boa parte da significativa melhoria do saldo da
balança comercial entre Portugal e os países da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa, que quase duplicou (99,4%), passando de 179,6 para 358,1 milhões de
euros no mesmo período.
As
exportações de Portugal para os restantes oito países lusófonos até desceram
16,4%, de 687,2 milhões para 574,3 milhões de euros, mas a queda de 57,4% nas
importações, de 507,5 para 216,1 milhões, influenciou decisivamente a balança
comercial.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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