Em
áreas urbanas, a falta de cobertura de saúde afeta 22% dos habitantes; novo
relatório traz dados de 174 países, com piores índices na África; na Nigéria,
mais de 82% da população rural está excluída dos serviços de saúde. Segundo
relatório da OIT, 56% dos habitantes de zonas rurais em todo o mundo não têm
acesso a serviços básicos de saúde.
Leda
Letra, da Rádio ONU em Nova
York
A
Organização Internacional do Trabalho, OIT, divulgou um relatório esta
segunda-feira sobre desigualdades no acesso a serviços de saúde entre
populações das áreas rural e urbana.
Pela
média mundial, 56% dos habitantes de zonas rurais não têm acesso a serviços
básicos de saúde, mais do que o dobro do índice em áreas urbanas, onde 22% da
população não tem a proteção.
Em
entrevista à Rádio ONU, o diretor-adjunto da OIT em Nova York , Vinícius
Pinheiro, explicou algumas razões que levam às disparidades.
“Em
muitos países simplesmente as pessoas não têm direito à saúde. A segunda razão
é a falta de pessoal, falta de médicos, falta de enfermeiros. Em geral, são
necessários quatro médicos ou profissionais de saúde por cada mil habitantes. E
em muitos casos, existem serviços de saúde na área rural, mas o serviço é pago.
E muita gente sofre, acaba sendo empurrada para a situação de pobreza
justamente por conta do pagamento dos serviços médicos na área rural.”
Pobreza
O
relatório revela que as maiores desigualdades ocorrem nos países em
desenvolvimento, principalmente no continente africano e em nações com altos
índices de pobreza.
Na
Indonésia, por exemplo, a porcentagem de pessoas que não têm cobertura de saúde
é duas vezes maior nas áreas rurais. A OIT lembra que saúde é um direito humano
e por isso o serviço deve ser fornecido a todos os habitantes de um país.
Médicos
A
situação piora pela falta de trabalhadores de saúde em zonas rurais, que
concentram apenas 23% da força de trabalho global do setor. Na Nigéria, mais de
82% da população rural está excluída de serviços básicos de saúde, devido ao
número insuficiente de médicos e enfermeiros.
OIT
calcula serem necessários, no mundo todo, 7 milhões de trabalhadores de saúde
em áreas rurais.
A
falta de verbas é outro problema: o estudo mostra que as desigualdades de
financiamento são duas vezes maiores em áreas rurais do que em zonas urbanas. A
pior situação é na África, mas “desigualdades significativas existem na Ásia e
nas Américas”.
Consultas
A
falta de cobertura legal de saúde, de trabalhadores suficientes e de
financiamento adequado, criam desigualdades “fatais” em muitos países, de
acordo com a OIT.
Para
mudar o quadro, é necessário resolver esses problemas, em especial a falta de
trabalhadores de saúde e de financiamento.
Outro
fator importante é minimizar os gastos dos pacientes com consultas. Em países
como Afeganistão, Bangladesh, Camboja e Sri Lanka, os valores chegam a ser três
vezes mais altos do que nas áreas urbanas.
Téla
Nón – Rádio ONU - foto OIT
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