segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Portugal. BLOCO REITERA ACUSAÇÕES FEITAS POR JOSÉ SOEIRO A AGUIAR-BRANCO



O Bloco de Esquerda reiterou hoje as acusações feitas no sábado pelo candidato José Soeiro, segundo as quais a empresa Metro do Porto pagara um milhão de euros ao escritório de advocacia do ministro da Defesa por pareceres e consultadorias.

No sábado, José Soeiro, que integra a lista de candidatos às legislativas pelo círculo do Porto, disse que, nesta cidade, "Aguiar-Branco [ministro da Defesa Nacional] é a cara deste processo de concessão dos transportes do Metro e da STCP contra a opinião dos utentes, contra a opinião dos autarcas das várias cores que existem, mas ele é também sócio maioritário do escritório de advogados que ganhou um milhão de euros em pareceres e consultadorias feitas à Metro do Porto".

No domingo, a Metro do Porto, em comunicado, assegurou ser "totalmente falso que tenha sido adjudicado ou pago qualquer valor à JPAB [José Pedro Aguiar Branco] & Associados, no âmbito do processo de subconcessão em curso, seja de que natureza for".

Num comunicado hoje divulgado, o BE defende que "a Metro do Porto desmentiu as afirmações de José Soeiro, com base numa declaração que não foi feita, e centrando-se no facto de não existir contrato" com o escritório JPAB & Associados "durante o negócio da concessão".

"Aproveitando o facto da Metro do Porto, no seu próprio comunicado, não ter negado a relação privilegiada com o escritório de Aguiar Branco", na nota hoje divulgada, o Bloco "apresenta alguns dados adicionais a esse respeito".

De acordo com o Bloco de Esquerda, "desde 2004 que a Metro do Porto adjudicou à JPAB -- José Pedro Aguiar Branco & Associados -- Sociedade de Advogados, R.L., os serviços de consultoria jurídica".

"O escritório de Aguiar Branco recebeu portanto, em cada ano, cerca de cem mil euros por pareceres e consultadorias realizadas a esta empresa, perfazendo portanto o valor indicado", refere o partido.

Além disso, segundo o Bloco, citando informação disponibilizada na página do escritório de advogados na internet, "Luís Bianchi de Aguiar é 'assessor do conselho de administração e funções de gestão e coordenação do gabinete jurídico da sociedade Metro do Porto, S.A., em representação da sociedade JPAB -- José Pedro Aguiar-Branco & Associados, desde Julho de 2004'".

Recorrendo aos relatórios da Metro do Porto, o BE afirma que "a JPAB recebeu, só desde 2013 e até 2015, 175 mil euros em pareceres e consultadorias realizados para a Metro".
O Bloco avança, ainda, que "esta não é a única ligação de Aguiar Branco com a empresa [Metro do Porto]".

"Quando foi para o Governo, Aguiar Branco nomeou para seu secretário de Estado Paulo Braga Lino que, entre 2000 e 2006, foi diretor administrativo e financeiro da Metro, e que foi responsável, com Juvenal Peneda, pela celebração de contratos de cobertura de financiamentos na Metro do Porto através de derivados financeiros, os chamados swaps, que abriram um 'buraco' que ascendeu a mais de 800 milhões de euros nas contas da transportadora", acusa o BE, referindo que "o escândalo foi tão grande que o secretário de Estado de Aguiar Branco acabou por ter de demitir-se do Governo".

Lusa, em Notícias ao Minuto

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