Tanto
quanto é do conhecimento de trabalhadores da TAP os novos donos da empresa
ainda não procederam ao pagamento da totalidade dos valores acordados com a
Parpública/governo, mas já querem vender património da TAP. Negociatas à Passos-Portas é no que dá. Vão vender a empresa à peça? A ser verdade dá que pensar. Mas vender património à peça dá muito lucro. É provável que seja o que está a acontecer. (PG)
TAP
vende terrenos junto ao aeroporto
A
TAP colocou à venda os terrenos do chamado "reduto TAP", que envolvem
a sede, escritórios e oficinas da companhia junto ao aeroporto da Portela.
Após
a conclusão da privatização do grupo TAP, os novos acionistas - David Neeleman
e Humberto Pedrosa - arrancam, agora, com medidas de reestruturação da empresa,
por forma a reduzir o passivo e racionalizar os ativos do grupo. Para já, está
em marcha a venda dos terrenos que a TAP detém junto ao aeroporto. Ao que o
JN/Dinheiro Vivo apurou, os contactos para a alienação destes terrenos já
começaram. A TAP não comenta. Na lista de interessados estará a francesa Vinci,
dona da ANA, que é o candidato mais natural à aquisição.
O
"reduto TAP" faz parte do património da companhia aérea deste 1989,
quando um decreto-lei assinado por Cavaco Silva, à data primeiro-ministro, e
promulgado por Mário Soares, presidente da República, desanexou estes 22,45
hectares do domínio público aeroportuário.
A
Parpública dava conta, no final do primeiro semestre de 2014 - quando detinha a
totalidade do capital da companhia aérea -, que esta área estava avaliada em
146 milhões de euros, valores líquidos.
Ao
que foi possível apurar, a administração da transportadora já iniciou as
primeiras reuniões para tentar fechar o negócio da venda dos terrenos e que, a
concretizar-se, poderá obrigar a uma mudança da sede da TAP. Em causa não
estará, no entanto, o incumprimento de um dos deveres dos novos acionistas, que
é o de manter a sede da empresa em Lisboa.
A
Vinci, que detém a concessão da gestora aeroportuária ANA durante 50 anos,
poderá estar na lista de interessados nesta fatia de terrenos. Ao que o
JN/Dinheiro Vivo apurou, a dona da gestora aeroportuária nacional ter-se-á já
reunido com a TAP para abordar o tema.
O
espaço interessa à Vinci, diz fonte contactada pelo JN/Dinheiro Vivo, por duas
razões: primeiro, porque a sua aquisição permitirá uma extensão do aeroporto da
Portela. "A compra dos terrenos pela ANA evita a construção de um novo
aeroporto por mais alguns anos", lembrou fonte contactada, admitindo que
"dá para pelo menos oito aeronaves, mas se se optar por um parqueamento
diagonal, como acontece no aeroporto Sá Carneiro, o espaço poderá ser ainda
mais rentabilizado".
Além
de estar a olhar para esta necessidade de aumentar o espaço e a vida útil do
aeroporto, a empresa francesa tem ainda outra motivação para querer os
terrenos: evitar ter no meio do seu território investimentos de outras origens.
Os
novos donos da TAP vão injetar 338 milhões de euros na companhia. As dívidas da
transportadora chegam aos 750 milhões de euros.
Ana
Margarida Pinheiro e Sílvia Oliveira – Jornal de Notícias
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