quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Portugal. Conselho de Estado. Cavaco foi quem mais ignorou instituição que é o assunto do momento



O Conselho de Estado volta a ser assunto quando o Presidente que menos lhe ligou está de saída.

Os lugares no Conselho de Estado estão a ser um novo ponto de discórdia política. Além da novidade de o Bloco de Esquerda querer um representante - o Diário de Notícias avança com os nomes de Francisco Louçã e João Semedo -, o assunto estará na ordem do dia entre PS e PSD.

Conta o jornal i que os socialistas já avisaram os sociais-democratas de que não aceitam maioria de Direita nos nomes propostos pelo Parlamento para o Conselho de Estado. Ao todo, são cinco dos 18 lugares que estão em discussão, com fonte socialista a adiantar que "três [lugares] para a Direita já não era ajustado ao atual quadro parlamentar".

Curiosamente, o Conselho de Estado ganha destaque político e mediático depois de dois mandatos de Cavaco Silva em que o órgão perdeu destaque. Aliás, de todos os presidentes do pós-25 de abril, apenas Ramalho Eanes convocou menos vezes o Conselho de Estado. A grande diferença é que Eanes convocou esta instituição 11 vezes, no espaço de dois anos.

Já Cavaco Silva, que se encontra no final do segundo mandato de quatro anos, apenas convocou o Conselho de Estado 12 vezes. Mário Soares, por exemplo, fê-lo 17 vezes. Jorge Sampaio 'bateu' recordes, convocando-o 22 vezes.

O Conselho de Estado não é propriamente um órgão com poderes mas é um órgão que se distingue por juntar, em reunião com o Presidente, conselheiros de vários quadrantes da sociedade que debatem momentos relevantes da atualidade nacional.

Cavaco Silva, porém, célebre por "nunca se enganar e raramente ter dúvidas", nas palavras do próprio, chamou poucas vezes o Conselho de Estado. O caso mais recente foi quando convocou as mais diversas personalidades, para debater o impasse político, nas semanas que antecederam a tomada de posse de António Costa.

Curiosamente, entre as figuras chamadas na altura contavam-se ex-conselheiros, como é o caso de Vítor Bento. O Conselho de Estado, porém, não foi ouvido sobre a crise política.

Notícias ao Minuto

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