quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Comissão de Trabalhadores da RTP diz que concessão é "anedota" e exige posição de PM e PR

 

ATF - Lusa
 
Lisboa, 29 ago (Lusa) - A Comissão de Trabalhadores da RTP considerou hoje "uma anedota" a sua eventual concessão, defendendo que o primeiro-ministro e o Presidente da República devem pronunciar-se, porque o serviço público "não pode ser destruído por um negócio de supermercado".
 
Em declarações aos jornalistas após uma reunião com o grupo parlamentar do PS, Camilo Azevedo acusou ainda o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, de "fugir para Timor", criticando que "não apareça nenhum responsável do Governo para falar sobre o que quer fazer e de um plano credível para a RTP".
 
"Isto faz parte de uma anedota que este Governo se tornou em relação à comunicação social e em relação à RTP. Os trabalhadores da RTP estão muito preocupados com este gaspacho político que foi criado, os trabalhadores não são o capacho destes negócios que estão por detrás do desmantelamento da RTP", afirmou.
 
O representante dos trabalhadores do canal público adiantou ainda que no encontro o PS "foi claro" e disse estar "contra o desmantelamento da RTP" e com os trabalhadores "nesta luta".
 
"Coincidiu na nossa opinião de que a RTP faz parte do património e da memória dos portugueses, é um elemento fundamental da coesão nacional e que não pode ser destruído assim por um negócio de supermercado", acrescentou.
 
Camilo Azevedo considerou que "a sociedade portuguesa está" contra este modelo avançado pelo Governo e que "é preciso perguntar ao senhor primeiro-ministro e depois ao senhor Presidente da República o que pensam fazer disto".
 
Questionado sobre se o PS manifestou intenção de avançar com alguma ação concreta contra a concessão da RTP1 a privados e o encerramento da RTP2, Azevedo assinalou que o PS "tem os meios legais e legislativos da política" e que a Comissão de Trabalhadores tem "a influência da palavra e uma grande força de trabalhadores".
 
"Sabemos acima de tudo que temos connosco o nosso público de 75 anos de rádio e mais de 50 de televisão, o nosso arquivo e a nossa memória, que não podem ser destruídos por um negócio de supermercado", reforçou.
 

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