quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Guiné-Bissau: OS EUA QUE INVESTIGUEM, VENTOS CHINESES, CONTRA EXECUÇÕES

 


Procuradoria quer apoio dos EUA na investigação de crimes
 
29 de Agosto de 2012, 13:34
 
Bissau, 29 ago (Lusa) - A Procuradoria-Geral da República da Guiné-Bissau pediu hoje aos Estados Unidos para que retome o apoio na área da investigação dos crimes políticos cometidos no país nos últimos anos.
 
O novo Procurador-Geral, Abdú Mané, reuniu-se hoje com o representante dos Estados Unidos, Russel Hanks, que disse aos jornalistas ter sido um encontro no âmbito de contactos para procurar soluções para "melhorar a situação para o povo".
 
Russel Hanks disse que aos Estados Unidos interessa que a Guiné-Bissau "retorne a uma situação de democracia" mas não explicou se falou com Abdú Mané sobre o tráfico de droga no país, uma questão que sempre tem preocupado as autoridades de Washington.
 
Fonte da Procuradoria disse à agência Lusa que Abdú Mané pediu que os Estados Unidos apoiassem o país na investigação dos crimes de sangue, colocando em Bissau um procurador, como antes do golpe de Estado de 12 de abril passado.
 
No apoio às investigações, a Procuradoria admite a possibilidade de ter o apoio do Brasil ou da Nigéria, para investigar nomeadamente a morte de João Bernardo "Nino" Vieira, Presidente assassinado em março de 2009.
 
"Há luz ao fundo do túnel mas nada foi dito claramente", disse a fonte sobre o eventual reatar do apoio norte-americano.
 
A fonte disse que o novo procurador quer também abrir um processo-crime sobre a morte de Hélder Proença. Hélder Proença e Baciro Dabó, dois políticos, foram assassinados três meses depois da morte de "Nino" Vieira. Foram acusados de estar a preparar um golpe de Estado, mas dois anos depois o Ministério Público arquivou o processo. Nunca se soube quem os matou.
 
FP.
 
Governo transição negoceia com China instalação de energia eólica nas ilhas
 
29 de Agosto de 2012, 16:09
 
Bissau, 29 ago (Lusa) - A China vai disponibilizar 150 milhões de dólares (119,5 milhões de euros) para instalar energia eólica em todas as ilhas habitadas da Guiné-Bissau, disse hoje o ministro dos Recursos Naturais e Ambiente do Governo guineense de transição.
 
De acordo com Daniel Gomes, o contrato para este financiamento já está assinado faltando apenas a vinda de técnicos chineses para dar início à instalação dos equipamentos no arquipélago dos Bijagós e também nas ilhas da parte continental, no chamado Chão Manjaco, no norte do país.
 
Com o financiamento da empresa ZTE, serão também instalados equipamentos para produção de energia fotovoltaica para a zona sul da Guiné-Bissau, disse o ministro dos Recursos Naturais e Ambiente.
 
Daniel Gomes, em declarações aos jornalistas, adiantou também que o Governo de transição está em negociações com uma empresa norte-americana que se está disposta a instalar equipamentos para a produção de 10 megawatts de energia fotovoltaica em Bissau e 15 megawatts em Bafatá (segunda maior cidade do país), no leste.
 
Apesar de nos últimos dias se registar melhorias no fornecimento de energia em Bissau, o ministro afirmou que o Governo de transição pretende elevar a capacidade instalada da EAGB (Empresa de Energia e Aguas da Guiné-Bissau) dos atuais nove megawatts para "pelo menos 20 megawatts".
 
"Estamos a negociar com o BOAD - Banco Oeste Africano para o Desenvolvimento - para aquisição de novos grupos para Bissau para podermos elevar a capacidade instalada de produção de nove megawatts para pelo menos 20 megawatts", assinalou Daniel Gomes.
 
O governante diz, no entanto, que a crise energética em Bissau só poderá ser ultrapassada de forma definitiva com a construção de uma nova central elétrica que terá a capacidade de produzir 50 megawatts de energia.
 
A nova central elétrica para Bissau deverá estar pronta em 2018. Até lá, notou Daniel Gomes, o país terá que arranjar formas de lutar contra a pirataria de energia.
 
"Bissau deve ser a principal cidade onde se pratica a pirataria da energia da rede pública em toda zona da costa ocidental de África. Em muitas zonas importantes da cidade as pessoas consomem energia sem pagar", disse o ministro.
 
Neste momento, a central elétrica produz nove megawatts que são destinados apenas ao consumo doméstico, isto é, sem ligar às pequenas indústrias, embaixadas e representações diplomáticas. Todas estas instituições possuem grupos geradores próprios.
 
"A EAGB não tem, neste momento, a capacidade para fornecer energia a estas instituições", precisou Daniel Gomes, adiantando igualmente que apenas com a entrada em função dos equipamentos de produção de energia fotovoltaica o custo da energia poderá vir a baixar.
 
"A ideia é instalar aqui em Bissau a energia fotovoltaica para poder baixar o custo da energia, que é caríssimo", sublinhou o ministro.
 
MB.
 
Liga dos Direitos Humanos condena execução de cidadãos na Gâmbia
 
29 de Agosto de 2012, 16:55
 
Bissau, 29 ago (Lusa) - A Liga Guineense dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau condenou hoje a execução de nove prisioneiros na Gâmbia e apelou às autoridades de Bissau para que intercedam a favor do cidadão do país que aguarda para ser executado.
 
Em comunicado, a Liga diz-se triste e preocupada com o que se passa na Gâmbia onde, no passado dia 26, o regime do Presidente Yaya Jammeh mandou executar nove detidos, entre cidadãos gambianos e de outros países da África ocidental.
 
Um cidadão guineense terá sido morto e outro estará ainda nos calabouços em Banjul, num grupo de 47 condenados que aguardam para serem executados. O Presidente Jammeh afirmou, em discurso difundido pela televisão gambiana, que os condenados serão executados até ao final de setembro.
 
"Na democracia e no estado de direito, a vida humana é o valor supremo, fundamento e a razão da existência do próprio Estado, conquanto a sua preservação e proteção se traduzem nas obrigações fundamentais dos Estados a nível nacional e internacional, independentemente das circunstâncias envolventes ou condições existentes", afirma a Liga Guineense dos Direitos Humanos no seu comunicado.
 
O comunicado lembra que entre os 47 condenados estará um cidadão guineense, cuja identidade ainda se desconhece.
 
A organização guineense quer não só a intervenção das autoridades de Bissau, como também das diferentes organizações africanas defensoras dos direitos humanos, bem como da União Africana, para a salvaguarda da vida dos condenados.
 
MB.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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