quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Desigualdade é o principal risco para o mundo, segundo peritos reunidos em Davos

 


À frente do aquecimento global ou dos efeitos de estufa, à frente das catástrofes naturais, à frente mesmo do desemprego - está a ameaça representada para o mundo pelas crescentes desigualdades sociais. Essa é, pelo menos, a conclusão que acreditaram cerca de 700 peritos reunidos na estância suíça de Davos, no âmbito do Fórum Económico Munidal
 
Segundo o relatório anual do Forum sobre os riscos mundiais, "o persistente fosso entre os rendimentos dos cidadãos mais ricos e os dos mais pobres é considerado como o risco susceptível de provocar os estragos mais graves no mundo no decurso do próximo decénio".

É certo que, segundo o mesmo relatório, "o colapso generalizado do sistema financeiro é o risco cujos efeitos seriam mais marcantes se se materializasse". Mas essa materialização surge no relatório como uma hipótese de trabalho mais do domínio teórico, ao passo que "as profundas disparidades de rendimentos constituem o risco mundial mais susceptível de se concretizar no decurso do próximo decénio".

Outros riscos têm que ver com a penúria de água - um dos riscos mais preocupantes -, de crise orçamental ou com cenários de colapso massivo dos sistemas informáticos - designado como "cibergedão", ou "armagedão cibernético".

No que diz respeito ao "cibergedão", é a dependência crescente face à internet que o torna potencialmente explosivo. Acontece que os primeiros laivos de uma cooperação intergovernamental para prevenir esse cenário apocalíptico se viram recentemente desencorajados pelas revelações trazidas a público por Edward Snowden.

O presidente do Forum Económico Mundial, Klaus Schwab, comentou a este respeito, segundo citação do Le Monde: "As nossas vidas mudam a um ritmo sem precedentes. As transformações em curso na economia, no ambiente, na geopolítica, na sociedade e na tecnologia oferecem oportunidades sem incomparáveis, mas as interconexões entre elas conduzem também a um aumento dos riscos sistémicos".

RTP – foto Denis Balibouse, Reuters
 

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