Cidade
da Praia, 26 jul (Lusa) - A comunidade cabo-verdiana residente em Timor-Leste,
estimada em cerca de duas dezenas de pessoas, pediu a instalação de uma
representação diplomática de Cabo Verde em Díli, noticia hoje a imprensa local.
O
pedido foi feito ao presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, numa
reunião mantida com representantes da comunidade crioula em Timor-Leste, à
margem da participação do chefe de Estado de Cabo Verde na 10.ª Cimeira da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Segundo
a Rádio de Cabo Verde (RCV), o magistrado Felismino Cardoso, que labora em
Timor-Leste, advogou que há "espaço" para o arquipélago alargar a
cooperação e ter uma presença mais efetiva naquele país asiático.
"Seria
interessante que fosse fortalecida a ideia da cooperação entre Timor-Leste e
Cabo Verde em termos bilaterais, não só na nossa área da Justiça, mas também
noutras. Timor-Leste tem estado a «reclamar» que se efetive a presença de mais
cabo-verdianos em Timor", sustentou.
Para
tal, o magistrado cabo-verdiano defendeu uma ação diplomática cabo-verdiana
"mais forte" em Timor-Leste, "capaz de fazer a ponte" entre
as autoridades dos dois países.
Segundo
Felismino Cardoso, o presidente cabo-verdiano considerou "legítima" a
reivindicação desta diáspora cabo-verdiana, pelo que entende que a diplomacia
das ilhas precisa de fazer uma reavaliação do desenho das representações
externas do país.
Por
seu lado, Jorge Carlos Fonseca, também citado pela RCV, salientou que
"talvez seja necessário pensar para além de Timor-Leste",
exemplificando com os casos da Índia, Coreia do Sul ou Seychelles, "onde
há também boas oportunidades".
"Talvez
se possa justificar que façamos um esforço, apesar das nossas dificuldades,
para termos uma representação com um nível mais elevado que um mero consulado
honorário", reforçou.
Jorge
Carlos Fonseca lembrou que uma das atuais ambições de Cabo Verde é cimentar as
relações de cooperação com países próximos de Timor-Leste, como Singapura ou
Nova Zelândia, pelo que a ação diplomática naquela parte do mundo deve ser
"mais presente".
JSD.//
ATR - Lusa
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