Afonso
Dhlakama aterrou no aeroporto de Lichinga, província de Niassa, por volta das
16h20 de ontem e foi recebido por um “banho de multidão” que mal o viu começou
a gritar em coro contínuo: “já ganhou!”. Perante a emoção persistente da
população, o candidato da Renamo rendeu-se e declarou de viva voz que “estou a
ver que em Niassa já ganhei”.
O
cenário surpreendeu, sobremaneira, o próprio candidato da Renamo, porque sabe
que não goza de uma simpatia folgada naquela província, como acontece noutros
pontos do país. No Niassa, o voto é disputado até à última contagem pelos dois
grandes partidos, se olharmos para as eleições anteriores, mas desta vez só
depois do dia 15 de Outubro é que se pode saber se a tradição se mantém ou se
se abre uma nova página de hegemonia de um dos dois.
Dois
aspectos chamaram atenção na recepção a Dhlakama no Niassa. Primeiro, atendendo
que era aguardado pela população local desde as primeiras horas do dia e só
apareceu oito horas depois, e mesmo assim poucos desistiram, pode ter um
significado para os analistas. Segundo, porque Niassa é a província mais
extensa e com menor densidade populacional a nível nacional (com 9,5 habitantes
por km2), o que pode levar-nos ao entendimento de que para se formar aquela
moldura humana que recebeu Dhlakama as pessoas saíram de zonas longínquas para
ver de perto e ouvir o líder da Renamo.
O País (mz)
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