Enquanto
Itália e França pedem mais dinheiro, Alemanha questiona uso por países em crise
do fundo de 6 bilhões de euros criado para enfrentar o problema. É a terceira
reunião sobre o tema que termina sem avanço.
Os
líderes da União Europeia não chegaram a um acordo nesta quarta-feira (08/10)
sobre medidas para combater o crescente desemprego juvenil no bloco, em uma
cúpula em Milão que acabou ofuscada pelas diferenças entre os países –
sobretudo França, Itália e Alemanha – sobre política orçamentária.
O
objetivo da reunião era discutir como melhorar os esforços para combater o
desemprego, porém sem aumentar o valor destinado com esse fim para o biênio
2014/2015, atualmente em 6 bilhões de euros.
Enquanto
a Alemanha insistiu que os bilhões de euros já destinados aos países em crise
devem ser administrados de forma mais eficiente, o presidente da França,
François Hollande, deixou claro que, na visão de Paris, o dinheiro não é
suficiente.
"Um
em cada quatro jovens na Europa está fora do mercado de trabalho", disse
Hollande, ao fim da cúpula, ao pedir que a quantia seja elevada a 20 bilhões de
euros.
Em
resposta, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, afirmou que a questão não é
sobre se o valor é suficiente ou não, mas sim sobre como fazer que o dinheiro
flua adequadamente. Segundo ela, não é coincidência que um determinado país
tenha maior desemprego que outro.
"Precisamos
investir, mas temos que saber onde devemos investir. Precisamos determinar
quais são as profissões do futuro e, depois disso, fazer os investimentos
adequados", disse Merkel.
Críticas
a países em crise
Ao
ter a palavra durante a cúpula, o presidente do Parlamento Europeu, Marin
Schulz, lembrou que já é a terceira reunião do tipo realizada – as outras duas
foram em Berlim e Paris – sem que se chegue a qualquer avanço.
"O
desemprego, em especial entre os jovens, continua sendo uma das questões mais
dramáticas da UE", assinalou. "Os 6 bilhões de euros estão
disponíveis, mas é preciso ser autocrítico, já que nem todos os fundos foram
colocados em projetos específicos.
O
desemprego na zona do euro afeta sobretudo os jovens. Em agosto, 3,3 milhões de
menores de 25 anos estavam sem trabalho. Os países mais afetados são Espanha,
Grécia, Itália e Croácia.
Entre
as medidas previstas para combater o problema está a chamada "garantia
juvenil", uma iniciativa para que todos os jovens menores de 25 anos
recebam uma oferta de trabalho, estágio ou curso num prazo de quatro meses após
o fim de sua formação ou início do período de desemprego. É para esse projeto
que estão disponíveis os 6 bilhões de euros.
"Estamos
perdendo uma geração inteira de europeus. Algo não está funcionando bem na
Europa, num momento em que, desde 2008, tantos empregos vêm sendo
destruídos", advertiu o premiê italiano, Mateo Renzi.
RPR/dpa/rtr
– Deutsche Welle
Sem comentários:
Enviar um comentário