Angola
precisa de mais do que duplicar a capacidade de produção de eletricidade
instalada no país, para cerca de 5.000 MegaWatts (MW), para responder a um
crescimento de 12% ao ano no consumo, segundo o Governo.
Os
números foram transmitidos pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista
Borges, em entrevista à agência Lusa, admitindo que a atual potência instalada,
de 2.162 MW, não é suficiente para responder aos pedidos atuais.
"E
estes números não incluem fontes térmicas privadas [geradores] que as pessoas
usam para garantir o fornecimento próprio, porque são equipamentos importados e
que não estão identificados. Daí que estes 5.000 MW sejam uma estimativa das
nossas reais necessidades", assumiu o ministro.
Na
prática, este défice provoca sistemáticos cortes no fornecimento de
eletricidade à população - como está a acontecer há vários dias em Luanda -,
face ao aumento do consumo, explicado com o registo de subida das temperaturas
no país.
O
plano de reforço da capacidade instalada em Angola envolve, até 2017, a ampliação da
barragem de Cambambe, a construção da barragem de Laúca (ambas na província do
Cuanza Norte) e da Central do Ciclo Combinado do Soyo (província do Zaire),
permitindo atingir a produção considerada necessária para assegurar os consumos
de uma população de 24,3 milhões de pessoas.
Contudo,
advertiu o ministro João Baptista Borges, este processo deverá ser acompanhado
por um "ajustamento" das tarifas, de forma a travar os atuais
"desperdícios" no consumo, que cresce 12% ao ano desde 2002, com o
fim da guerra civil e com a construção de novas centralidades, bairros e áreas
empresariais ou industriais.
"É
um crescimento muito grande em qualquer parte, mas que envolve uma parte de
desperdícios que são cometidos e que devem ser travados", explicou o
governante.
João
Baptista Borges acrescentou que no início do próximo mês de dezembro a atual
capacidade de produção de eletricidade "deverá subir
significativamente", com a conclusão de algumas pequenas intervenções de
reabilitação em aproveitamentos hidroelétricos e centrais térmicas que estão em
curso.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário