O
"quarteto da Normandia" tem um "parceiro secreto",
Washington, que não age mas vê tudo e tem interesse no conflito congelado na
Ucrânia na ausência de quaisquer acordos geopolíticos, escreve no blog o
analista político e ex-diplomata indiano Melkulangara Bhadrakumar.
De
acordo com o analista, a falta de ação política para a implementação dos
acordos de Minsk é benéfica para os Estados Unidos por várias razões. Em
primeiro lugar, as relações entre a Alemanha e a Rússia permanecerão em
suspenso, sem quaisquer perspectivas concretas. Em segundo lugar, o papel de
Washington na OTAN será reforçado. Além disso, a sabotagem dos acordos fornece
um álibi para a instalação provocante de tropas americanas na proximidade
imediata das fronteiras russas, algo sem precedentes até agora.
De
fato, o “conflito congelado” já criou as condições para a implantação de
tropas americanas (e canadenses) no território da Ucrânia sob o pretexto de
"conselheiros militares". É claro que os Estados Unidos estão
implementando uma missão militar que irá se expandir muito além das missões
iniciais, e até o final do ano, o número de "assessores" do Pentágono
na Ucrânia vai aumentar muito mais", nota o especialista.
De
ponto de vista político, escreve Bhadrakumar, Washington vai continuar a apoiar
os seus “amigos” ucranianos em Kiev, cujos esforços visam destruir
as relações entre Kiev e Moscou. Como "presidente de paz" Pyotr
Poroshenko tinha que fazer todo o possível para implementar os acordos de
Minsk-2, mas na prática não há progresso concreto.
"É
óbvio que o governo do presidente dos EUA Barack Obama não vai se preocupar com
explicações sobre racionalidade do envio para o território da Ucrânia das
primeiras divisões americanas", conclui o analista.
Na sexta-feira, o embaixador estadunidense na Ucrânia, Geoffrey Pyatt, informou que cerca de 300 fuzileiros navais dos EUA tinham chegado à Ucrânia para participar do treinamento das Forças Armadas da Ucrânia.
Os
EUA planejam enviar para a Ucrânia no período de março-outubro de 2015 pelo
menos 300 militares para cooperar com o exército ucraniano. Além disso, a
Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou em finais de março uma
resolução com recomendações ao presidente dos EUA de sancionar o envio de
armamentos para a Ucrânia.
O
governo canadense também decidiu em abril enviar militares à Ucrânia nos
próximos meses. De acordo com os relatos da mídia local, as tropas deverão
participar de missões de treinamento e não serão envolvidas em combates.
Sputnik - Foto © flickr.com/ U.S. Army Europe Images
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