terça-feira, 27 de novembro de 2012

EM BUSCA DA PÁTRIA DO FUTURO PARA A HUMANIDADE!

 
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Martinho Júnior, Luanda
 
1 – A Revolução Cubana, pelo seu exemplo de coragem, de dignidade e de clarividência, tem historicamente um valor muito para além das fronteiras da ilha de Cuba!
 
Cuba enveredou por uma democracia participativa e cidadã bem conseguida, por que experimentada década após década na confrontação com as dificuldades inerentes à tomada das opções socialistas nas condições dum feroz bloqueio movido pelo poderoso vizinho, Estados Unidos da América!
 
Ao assumir desde a primeira hora da tomada do poder a prioridade para a atenção que merece o homem e a natureza, com êxitos imediatos na educação, na saúde e nas acções desencadeadas em algumas das mais difíceis regiões de Cuba como a “ciénaga” de Zapata, a resistência ao império foi assumida precisamente na “pedra angular” onde esse império jamais terá êxito: a construção de sociedades mais equilibradas, mais justas, mais solidárias, inteligentes e capazes de, mesmo que tenham de enfrentar imensos obstáculos e riscos, encontrar soluções alternativas de resgate sobre o subdesenvolvimento que advém dum passado histórico de séculos, dos tempos da escravatura humana que marcou o alvor da lógica do capitalismo!
 
Os Estados Unidos desse modo procuram criar condições no sentido de provocar o caos social e introduzir as alterações sócio-políticas da conveniência da aristocracia financeira mundial no âmbito do seu projecto elitista de globalização e império.
 
Os Estados Unidos que caucionavam o governo títere de Fulgêncio Baptista, um garante para os interesses e conveniências da aristocracia financeira mundial, demonstraram desde a eclosão da revolução cubana a falta de ética e de moral que move os seus propósitos em relação à maior das Antilhas e com isso a falta de respeito para com todo o continente americano e para com todo o espaço global, à medida que crescia como potência económica e militar.
 
A “indigestão cubana” levou os Estados Unidos a enveredarem por políticas que contradizem frontalmente o seu enunciado de guardião e paradigma da democracia e dos direitos humanos.
 
De facto a “democracia representativa” garante os direitos dos poderosos à custa da imensa maioria e os direitos humanos tornam-se apenas mais um pretexto para as ingerências e manipulações na profundidade de cada uma das sociedades, em especial as mais resistentes ou insubmissas.
 
O bloqueio é um dos recursos que visam tornar Cuba o “laboratório” sócio-político que os Estados Unidos precisam para refinar métodos que são aplicados não só em Cuba, mas um pouco por todo o universo, sustentando a aplicação dos conceitos neo liberais forjados na “escola de Chicago”!
 
2 – Países situados às mais diversas latitudes e longitudes e entre eles os componentes dos Não Alinhados, estão sujeitos a essas experiências que visam multiplicar os impactos das medidas de ingerência e manipulação, até por que Cuba é um dos mais activos membros do muito heterogéneo grupo e, por razões geográficas, está “à mão de semear”!
 
O Não Alinhamento activo demonstrado por exemplo em Angola por parte de Cuba, nas horas mais difíceis da luta contra o colonialismo, na luta contra o “apartheid” e agora na hora do desencadear dos importantes resgates que se impõem no quadro da luta contra o subdesenvolvimento crónico e histórico em que vivem substratos importantes do povo angolano, são o sinal da lógica com sentido de vida que toca profundamente os mais deserdados da Terra e é alternativa viável para a humanidade e para o planeta!
 
Cuba fá-lo em Angola tendo como referência o movimento de libertação em África, mas fá-lo também noutras partes do mundo, em especial naquelas nações surgidas das torrentes do tráfico negreiro!
 
Não o faz de agora mas, é preciso sublinhá-lo, mesmo nos tempos em que o socialismo real propiciava alianças a todas as forças progressistas!
 
Cito dois exemplos ocorridos em Angola em anos distintos: à revelia da URSS, Cuba em 1975 decidiu-se à Operação Carlota e em 1988 à decisão do seu tempo de entrada em combate, com estratégia própria, na batalha do Cuito Cuanavale!
 
Desse modo internacionalista, Cuba tem vencido na educação, na saúde e marca uma posição activa noutros sectores de actividade: luta pela liberdade humana, respeita cada vez mais a Mãe Terra e liberta-se do bloqueio e dos métodos típicos do “laboratório experimental” que a procuram “asfixiar”!
 
Aqueles que são pelos resgates históricos que há que realizar, em especial as nações emanadas da antiga rota dos escravos africanos e as nações que advogam o Não Alinhamento activo, ao reconhecer o enorme mérito do internacionalismo e da solidariedade cubana, têm forçosamente de ir muito mais além do voto de cada ano na Assembleia Geral da ONU, contra o bloqueio que os Estados Unidos movem contra Cuba: devem tornar-se parte cada vez mais activa dum irreversível desbloqueamento!
 
Cuba é a busca da Pátria do futuro para a Humanidade, a vivência solidária, digna e respeitadora do planeta na nossa cada vez mais sensível “casa comum”!
 
Gravura: Síntese estatística dos votos a favor de Cuba na Assembleia Geral da ONU nos últimos 20 anos!
 

2 comentários:

Anónimo disse...

Quando é que aquela múmia do Fidel vai morrer, heim?

Anónimo disse...


A VIDA SÓ É PROVA DE DIGNIDADE QUANDO ELA É ASSUMIDA POR BONS MOTIVOS!

A morte é para todos os seres vivos: ninguém a conseguiu até hoje ultrapassar...

A questão está pois mal colocada.

O que fazemos e fizemos nós enquanto vivos? - é esta a questão.

Fidel rebelou-se contra o império por bons motivos: a ditadura de Baptista, uma emanação do império!

Fidel manteve firme a resistência contra o império por bons motivos: os desequilíbrios, as tensões, os conflitos, as guerras e o contínuo derramamento de sangue que que se tem seguido desde a IIª Guerra Mundial em todas as latitudes e longitudes da Terra!

Fidel continua em plena batalha das ideias por bons motivos: um punhado de ricos rege os destinos da humanidade e do planeta da pior maneira, em prejuízo da esmagadora maioria e do próprio planeta!


Se ele morrer hoje, as suas ideias não morrerão!

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