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1 – A Revolução
Cubana, pelo seu exemplo de coragem, de dignidade e de clarividência, tem
historicamente um valor muito para além das fronteiras da ilha de Cuba!
Cuba enveredou por
uma democracia participativa e cidadã bem conseguida, por que experimentada
década após década na confrontação com as dificuldades inerentes à tomada das
opções socialistas nas condições dum feroz bloqueio movido pelo poderoso
vizinho, Estados Unidos da América!
Ao assumir desde a
primeira hora da tomada do poder a prioridade para a atenção que merece o homem
e a natureza, com êxitos imediatos na educação, na saúde e nas acções
desencadeadas em algumas das mais difíceis regiões de Cuba como a “ciénaga” de
Zapata, a resistência ao império foi assumida precisamente na “pedra angular”
onde esse império jamais terá êxito: a construção de sociedades mais
equilibradas, mais justas, mais solidárias, inteligentes e capazes de, mesmo
que tenham de enfrentar imensos obstáculos e riscos, encontrar soluções
alternativas de resgate sobre o subdesenvolvimento que advém dum passado
histórico de séculos, dos tempos da escravatura humana que marcou o alvor da
lógica do capitalismo!
Os Estados Unidos
desse modo procuram criar condições no sentido de provocar o caos social e
introduzir as alterações sócio-políticas da conveniência da aristocracia
financeira mundial no âmbito do seu projecto elitista de globalização e
império.
Os Estados Unidos
que caucionavam o governo títere de Fulgêncio Baptista, um garante para os
interesses e conveniências da aristocracia financeira mundial, demonstraram
desde a eclosão da revolução cubana a falta de ética e de moral que move os
seus propósitos em relação à maior das Antilhas e com isso a falta de respeito
para com todo o continente americano e para com todo o espaço global, à medida
que crescia como potência económica e militar.
A “indigestão
cubana” levou os Estados Unidos a enveredarem por políticas que contradizem
frontalmente o seu enunciado de guardião e paradigma da democracia e dos
direitos humanos.
De facto a “democracia
representativa” garante os direitos dos poderosos à custa da imensa maioria e
os direitos humanos tornam-se apenas mais um pretexto para as ingerências e
manipulações na profundidade de cada uma das sociedades, em especial as mais
resistentes ou insubmissas.
O bloqueio é um dos
recursos que visam tornar Cuba o “laboratório” sócio-político que os Estados
Unidos precisam para refinar métodos que são aplicados não só em Cuba, mas um
pouco por todo o universo, sustentando a aplicação dos conceitos neo liberais
forjados na “escola de Chicago”!
2 – Países situados
às mais diversas latitudes e longitudes e entre eles os componentes dos Não
Alinhados, estão sujeitos a essas experiências que visam multiplicar os
impactos das medidas de ingerência e manipulação, até por que Cuba é um dos
mais activos membros do muito heterogéneo grupo e, por razões geográficas, está
“à mão de semear”!
O Não Alinhamento
activo demonstrado por exemplo em Angola por parte de Cuba, nas horas mais
difíceis da luta contra o colonialismo, na luta contra o “apartheid” e agora na
hora do desencadear dos importantes resgates que se impõem no quadro da luta
contra o subdesenvolvimento crónico e histórico em que vivem substratos
importantes do povo angolano, são o sinal da lógica com sentido de vida que
toca profundamente os mais deserdados da Terra e é alternativa viável para a
humanidade e para o planeta!
Cuba fá-lo em
Angola tendo como referência o movimento de libertação em África, mas fá-lo
também noutras partes do mundo, em especial naquelas nações surgidas das
torrentes do tráfico negreiro!
Não o faz de agora
mas, é preciso sublinhá-lo, mesmo nos tempos em que o socialismo real
propiciava alianças a todas as forças progressistas!
Cito dois exemplos
ocorridos em Angola em anos distintos: à revelia da URSS, Cuba em 1975
decidiu-se à Operação Carlota e em 1988 à decisão do seu tempo de entrada em
combate, com estratégia própria, na batalha do Cuito Cuanavale!
Desse modo internacionalista,
Cuba tem vencido na educação, na saúde e marca uma posição activa noutros
sectores de actividade: luta pela liberdade humana, respeita cada vez mais a
Mãe Terra e liberta-se do bloqueio e dos métodos típicos do “laboratório
experimental” que a procuram “asfixiar”!
Aqueles que são
pelos resgates históricos que há que realizar, em especial as nações emanadas
da antiga rota dos escravos africanos e as nações que advogam o Não Alinhamento
activo, ao reconhecer o enorme mérito do internacionalismo e da solidariedade
cubana, têm forçosamente de ir muito mais além do voto de cada ano na
Assembleia Geral da ONU, contra o bloqueio que os Estados Unidos movem contra
Cuba: devem tornar-se parte cada vez mais activa dum irreversível
desbloqueamento!
Cuba é a busca da
Pátria do futuro para a Humanidade, a vivência solidária, digna e respeitadora
do planeta na nossa cada vez mais sensível “casa comum”!
Gravura: Síntese estatística
dos votos a favor de Cuba na Assembleia Geral da ONU nos últimos 20 anos!
2 comentários:
Quando é que aquela múmia do Fidel vai morrer, heim?
A VIDA SÓ É PROVA DE DIGNIDADE QUANDO ELA É ASSUMIDA POR BONS MOTIVOS!
A morte é para todos os seres vivos: ninguém a conseguiu até hoje ultrapassar...
A questão está pois mal colocada.
O que fazemos e fizemos nós enquanto vivos? - é esta a questão.
Fidel rebelou-se contra o império por bons motivos: a ditadura de Baptista, uma emanação do império!
Fidel manteve firme a resistência contra o império por bons motivos: os desequilíbrios, as tensões, os conflitos, as guerras e o contínuo derramamento de sangue que que se tem seguido desde a IIª Guerra Mundial em todas as latitudes e longitudes da Terra!
Fidel continua em plena batalha das ideias por bons motivos: um punhado de ricos rege os destinos da humanidade e do planeta da pior maneira, em prejuízo da esmagadora maioria e do próprio planeta!
Se ele morrer hoje, as suas ideias não morrerão!
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