Henrique Monteiro –
Expresso, opinião, em Blogues
Hoje, na votação
final do Orçamento, consuma-se o colossal, enorme, despropositado e abusivo
aumento de impostos. Com a participação ativa do PSD, do CDS, mas também e
indiretamente, de todos os partidos, de todos os sindicatos e de todas as
corporações que contribuíram para a dívida e para um Estado devorador dos
rendimentos e energias dos portugueses.
Ou seja quase toda
a gente tem a sua parte na culpa. Como na cena da mulher adúltera, aquele que
não exigiu mais isto e aquilo do Estado, do Governo, das autarquias; os que
nunca pediram isenção de portagens nas autoestradas, os que nunca fugiram a um
imposto, os que nunca utilizaram mal ou indevidamente um recurso comum atirem a
primeira pedra.
Esta constatação
não santifica, obviamente, este Orçamento. Ele é mau, não só por aumentar os
impostos desproporcionalmente. Ele é também mau, porque é inexequível, porque
não vai servir os interesses do país. O Governo sabe-o, o PSD também e,
sobretudo, o CDS - que se arvorava em partido dos contribuintes - não pode
deixar de o saber. Mas hoje é o dia em que o CDS vende oficialmente a alma ao
diabo. De facto, há muito estava vendida, mas a partir de hoje já nem pode
disfarçar.
Os contribuintes
não têm quem os defenda ou os represente; o Estado, como se vê, sempre que necessita
de emendar um erro, de pagar uma fatura, de salvar uns amigos é ao seu bolso
que recorre.
Sem comentários:
Enviar um comentário