segunda-feira, 27 de maio de 2013

Brasil: Facção criminosa tenta voltar ao Alemão em ação de terror durante Desafio da Paz



Correio do Brasil - do Rio de Janeiro

A cena de dezenas de bandidos armados fugindo do Morro do Alemão, durante a tomada do complexo de favelas do Rio, há quase três anos, voltou à memória dos cariocas, mas com efeito contrário. Agora, o bando que fugiu quer voltar e promoveu, na manhã deste domingo, um forte tiroteio que assustou os participantes da corrida Desafio da Paz, disputada entre a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Pouco antes da largada, em uma ação que visava exatamente provocar o pânico nos moradores, convidados e autoridades ali presentes, a facção criminosa passou a disparar e houve troca de tiros com os policiais. O público entrou em pânico e muitos atletas tiveram que se abaixar e procurar abrigo dentro de imóveis e atrás dos carros.

O tiroteio ocorreu próximo ao Largo do Ordem, na Vila Cruzeiro, e atrasou em cerca de uma hora a prova que, por pouco, não foi cancelada, pois muitos corredores ficaram com medo de prosseguir no trajeto de 5 quilômetros favela adentro. Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram chamados e iniciaram incursões na comunidade para localizar os criminosos, com apoio de helicópteros. A cena se repetia, três anos depois. O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, participou da corrida. Ele confirmou, em conversa com jornalistas presentes, que a tentativa de retomada dos morros, por parte dos traficantes, “é uma ameaça real”.

A polícia, oficialmente, desconhece o motivo que ocasionou o tiroteio na região, que permanece ocupada. O Complexo do Alemão e a Vila Cruzeiro ganharam unidades de Polícia Pacificadora (UPP), depois de ficarem meses ocupadas pelas tropas do Exército. A ocupação das comunidades, conhecidas na época como o “quartel-general” do crime, ocorreu em novembro de 2010. Mas a instalação das UPPs, embora tenham garantido uma nova fase de investimentos sociais na região, ainda não conseguiram debelar completamente o tráfico de drogas. Em março, uma unidade da UPP foi atacada a tiros na localidade conhecida como Pedra do Sapo e mais recentemente, na última quarta-feira, o confronto que resultou na morte de um traficante provocou o fechamento do comércio local, no dia seguinte, por ordem dos criminosos.

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