DEYM - LAS – MLL - Lusa
Macanga, Moçambique
(27 mai) - A população do distrito de Macanga, centro de Moçambique, aproveitou
a presença do governador de Tete para exigir a demissão do seu administrador
distrital, acusando-o de vários "crimes" e, até, de tráfico de órgãos
humanos.
Durante diversos
comícios realizados naquele distrito, populares queixaram-se ao governador da
província de Tete, Ratxide Gogo, acusando Alexandre Faíte, administrador de
Macanga, de distribuir dinheiro do fundo de desenvolvimento distrital a
"seus familiares e também a malawianos que acabam fugindo do país".
O administrador foi
ainda acusado de envolvimento "no negócio de tráfico de órgãos
humanos", por, alegadamente, soltar suspeitos na morte de pessoas.
"Este
administrador não serve para nos dirigir, porque não tem um comportamento de um
pai. Enquanto nós estamos a morrer diariamente e, mesmo ele ouvindo e vendo,
apenas fica preocupado em andar nas localidades a visitar as suas
mulheres", queixou-se Luciano Mulediue, residente da sede daquele distrito.
Numa reação às
acusações, entre as quais a de "falsidade" da Frelimo, partido no
poder, Ratxide Gogo apelou à população para não confundir as promessas de uma
pessoa com as do partido.
"Hoje, vim
aqui para me reunir convosco e saber como estão a viver e vocês apontaram os
vossos problemas, já anotei e vou conversar com o administrador e trazer
soluções", prometeu o governador, nomeado pelo Presidente da República.
Em declarações à
Lusa, Alexandre Faite negou todas as acusações, justificando que a desconfiança
da população no tráfico de órgãos deve-se ao facto de um dos detidos envolvidos
nesta situação ser um seu cunhado.
E acusou alguns dos
seus críticos de não quererem reembolsar verbas que pedira, ao abrigo do fundo
de desenvolvimento distrital. "Estamos a financiar a população com o fundo
de desenvolvimento distrital, e recebemos muitos pedidos nos anos transatos e
são estes os projetos que agora estamos a financiar. A população sempre
reclama, mas estão a receber", disse Faíte.
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