quarta-feira, 3 de setembro de 2014

ANGOLA É UM EXEMPLO DE PROGRESSO EM ÁFRICA



Kumuênho da Rosa e Alexa Sonhi - Jornal de Angola

Os progressos políticos e económicos em África reflectem-se na estabilidade de países como Angola, que se tem evidenciado pelos indicadores de desenvolvimento humano, e nos actos eleitorais que se assistem um pouco por todo o continente, declarou ontem, em Luanda, o actual presidente do Grupo de Eminentes Personalidades de África, Caraíbas e Pacífico, Olusegun Obasanjo. 

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, recebeu ontem em audiência Olusegun Obasanjo, actual presidente do Grupo de Eminentes Personalidades da África, Caraíbas e Pacífico (GEP-ACP), com quem analisou assuntos relacionados com a conjuntura internacional e africana, em especial.

Ao deixar o Palácio da Cidade Alta, o antigo Chefe de Estado da Nigéria disse à imprensa que de uma maneira geral, apesar da situação na República Centro Africana, e dos acontecimentos mais recentes no Lesotho e na Nigéria, “África tem estado a progredir em muitos aspectos”. 

Olusegun Obasanjo considerou um privilégio poder trocar impressões com o líder angolano, que se tem destacado, como disse, à frente da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), sobre os grandes dossiers que dominam a actualidade africana e mundial.

Obasanjo, que já foi presidente da União Africana, entende que os progressos políticos e económicos em África reflectem-se na estabilidade de países como Angola, que se tem evidenciado pelos indicadores de desenvolvimento humano, e nos actos eleitorais que se assistem um pouco por todo o continente.

O nigeriano veio a Angola para a sexta reunião do GEP-ACP, que durante três dias discutiu, em Luanda, o “Futuro do Grupo ACP após 2020”. Durante a reunião, as doze personalidades das regiões abrangidas pelo grupo falaram sobre o futuro da organização, os novos desafios e as relações internacionais, especialmente o Acordo de Cotonou e o Tratado de Lisboa.

A visita de Olusegun Obasanjo a Angola também teve a ver com a realização da segunda edição do Festival Nacional da Cultura (Fenacult). Obasanju foi um dos oradores do colóquio sobre a dimensão cultural do Presidente José Eduardo dos Santos, um líder, como disse, “com muita experiência na resolução de conflitos e empenhado no bem-estar do seu povo, de África e da humanidade”.

Nujoma na Cidade Alta

Depois de Obasanjo, o Presidente José Eduardo dos Santos recebeu o antigo presidente da Namíbia, Sam Nujoma. A conversa, como disse, girou em torno das relações bilaterais. “Falamos sobre o reforço das nossas relações políticas e económicas”, assinalou Sam Nujoma.

Segundo o antigo Presidente namibiano, o encontro com o Presidente José Eduardo dos Santos também serviu para reflectir sobre uma maior aproximação entre as universidades públicas de Angola e da Namíbia. “Falamos sobre a possibilidade de haver trocas de visitas de estudantes, especialmente para o aprofundamento da língua portuguesa e inglesa, para quando os nossos jovens encontrarem-se não terem necessidade de recorrer a intérpretes e, como irmãos, possam conversar e comungar como um só povo e uma só nação”, declarou o antigo presidente nigeriano.

Visita ao memorial

Depois de deixar a Cidade Alta, Sam Nujoma foi ao Memorial Dr. António Agostinho Neto para doar um quadro fotográfico que retrata o primeiro encontro entre ele e o primeiro Presidente de Angola. Ao entregar o quadro fotográfico, Sam Nujoma elogiou a magnitude e beleza do memorial e disse: “tudo isso demonstra que o Executivo angolano gastou muito dinheiro na valorização da memória e vai continuar a gastar até terminar o processo de reconstrução do país”. 

Acrescentou que todos os esforços empreendidos dão garantias de que a província de Luanda, que acolheu durante anos os membros da SWAPO e não só, vai ser a “cidade mais bela do continente africano”. Sam Nujoma disse ter bem em mente o primeiro encontro com o primeiro Presidente de Angola, isso na Tanzânia, logo depois de partirem para Lusaka em 1954 para a celebração da independência da Zâmbia. Explicou que após a conquista da independência, o Presidente Agostinho Neto convidou-o a visitar Angola, e juntos lutarem para tirar os racistas sul-africanos que de forma ilegal ocupavam o território namibiano. “Recordo-me muito bem das palavras do Doutor Agostinho Neto, quando ele disse que na Namíbia e na África do sul está a continuação da nossa luta”, realçou o político.

Em relação as parcerias entre Angola e Namíbia, Sam Nujoma disse que os dois países devem concentrar-se no desenvolvimento económico e social, mantendo os objectivos e os níveis de organização bem claros, principalmente no que tange a erradicação da pobreza e doenças que continuam a assolar o continente africano. Daniel Luiz, administrador executivo do Memorial António Agostinho Neto, agradeceu a Sam Nujoma pela visita e pela oferta ao Memorial. “É sempre motivo de regozijo receber figuras tão importantes que estiveram ao lado e acompanharam a vida do primeiro Presidente de Angola”, disse Daniel Luiz.

O administrador frisou que o Memorial António Agostinho Neto “é uma casa de cultura, conhecimento, casa do mestre”, dedicada à investigação científica. “E é um grande orgulho ter Sam Nujoma no memorial porque ele foi companheiro de Neto e um guerrilheiro, tal como foi o nosso Presidente. Isso vem de certa forma demonstrar os laços culturais que existiram e continuam a existir entre os dois povos”, rematou Daniel Luiz.

Foto Rogério Tuti

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