sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Moçambique – Eleições: Nyusi e Dhlakama ganharam mais votos que os seus partidos




Zambézia e Sofala fecham apuramento intermédio e mantêm Frelimo absoluta no Parlamento, com mais 36 lugares sobre a oposição (Renamo + MDM). Falta apurar o vencedor dos dois assentos da diáspora

Finalmente, Zambézia e Sofala fecharam o apuramento intermédio na noite de quarta-feira. Com os dados definitivos dos dois círculos, o xadrez da próxima legislatura (oitava) que o jornal “O país” tinha projectado na edição de ontem (quinta-feira) sofre pequenas alterações. A Frelimo fica com 142 deputados, a Renamo com 88 e o MDM com 18.

A maioria absoluta da Frelimo reflecte a vitória folgada em cinco círculos, nomeadamente, a capital, a província de Maputo, Gaza, Inhambane e Cabo Delgado. Em Tete, Nampula e Niassa, a vitória foi à tangente. A Renamo ganhou Sofala com dois votos a mais e Zambézia com quatro. Em Manica, os dois partidos tiveram igual número de lugares. Ainda assim, a aritmética não é definitiva. Falta por apurar dois lugares do círculo de África e da Europa e resto do mundo. Tradicionalmente, a Frelimo vence nos dois, mas a cartografia do voto estrangeiro também é passível de alterações.

Na verdade, a divulgação do(s) vencedor(es) da diáspora não vai desfazer a maioria absoluta da Frelimo, nem a notável recuperação da Renamo, que até aqui subiu 37 lugares. Além da diáspora, a requalificação de votos nulos poderá alterar ligeiramente a configuração da oitava legislatura. São mais de 500 mil boletins de voto considerados nulos nas fases de apuramento parcial e intermédio, cabendo à Comissão Nacional de Eleições (CNE) fazer a requalificação.

Abstenção em 60% na Zambézia

A abstenção continua a ser um forte adversário das eleições moçambicanas. A CNE ainda não divulgou dados conclusivos sobre a matéria na votação de 15 de Outubro, mas os números até aqui disponíveis são reveladores da fraca participação política no país. Na Zambézia, segundo maior círculo eleitoral, com 45 lugares, apenas 767 696 eleitores foram às urnas, número muito abaixo dos 1 948 258 inscritos. A fraca participação traduz uma taxa de abstenção de 60.60%. Trata-se de uma realidade também verificada no maior círculo eleitoral, Nampula, com 47 assentos: dos 2 077 660 eleitores que registou, apenas 816 827 votaram. Ou seja, 1 260 833 eleitores aproveitaram a tolerância de ponto para outros afazeres, menos ir à fila das assembleias de voto. Nos dois maiores círculos eleitorais, a distribuição de 92 lugares no Parlamento foi decidida por 1 584 523 eleitores, quando no total deviam ser 4 025 918 a fazê-lo. Tete e Cabo Delgado, círculos com 22 mandatos cada, registaram muito abaixo dos 1 584 523 eleitores que na Zambézia e Nampula elegeram 92 deputados à Assembleia da República.

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