O
diretor geral dos Serviços Prisionais e Reinserção Social cabo-verdiano, Jacob
Vicente, foi detido por alegada desobediência ao tribunal e obstrução da
justiça num caso que envolve a reclusa Lígia Furtado, noticia hoje a imprensa
cabo-verdiana.
Em
declarações à emissora estatal Rádio de Cabo Verde (RCV), o advogado Clóvis
Silva confirmou a detenção e disse que aconteceu por Jacob Vicente ter
alegadamente contrariado a ordem judicial que autoriza uma reclusa, condenada a
17 anos de cadeia por tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de
capitais, a frequentar a universidade.
"Não
é o cidadão Jacob Vicente que está detido, mas sim o diretor geral dos Serviços
Penitenciários. É isso mesmo que consta do mandado. É uma situação
verdadeiramente caricata e estamos a tentar entender o que é que se está a
passar", disse Clóvis Silva.
Para
o advogado, não há motivos para a detenção do responsável pelas cadeias
cabo-verdianas, uma vez que estão em causa "algumas dúvidas" no
cumprimento de uma decisão do tribunal.
Segundo
o jornal A Semana, a ordem foi do juiz Antero Tavares e Jacob Vicente foi
detido por elementos da Polícia Judiciária (PJ), enquanto participava num
encontro de conciliação com os sindicatos que representam os trabalhadores da
PJ, dos Registos e Notariado e Guardas Prisionais sobre a greve conjunta que
estes funcionários agendaram para o dia 04 de novembro.
A
mesma fonte escreve que, no seu despacho, o juiz da Comarca de São Vicente
deixou a entender que o Serviço de Reinserção Social não poderia contrariar a
decisão do Tribunal e obrigar a arguida Lígia Furtado a suspender as aulas.
Citando
uma fonte da justiça, o jornal escreve que o despacho do juiz da Comarca de São
Vicente "é ilegal", porquanto Antero Tavares mandou deter a Direção
dos Serviços Penitenciários e não a pessoa de Jacob Vicente, tal como confirmou
o advogado Clóvis Silva à RCV.
Hoje
de manhã, antes da detenção, Jacob Vicente explicou à RCV que não teve intenção
de contrariar a ordem do tribunal e que agiu de boa-fé, pedindo apenas que o
juiz explicasse os moldes que a reclusa deveria frequentar a universidade.
Até
às 13h00 locais (15h00 em Lisboa), a imprensa cabo-verdiana confirmava que o
diretor ainda estava no Tribunal da Comarca da Praia onde aguardava para ser
ouvido.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário