Filomeno Manaças –
Jornal de Angola, opinião - 03 de Março, 2013
O relatório
do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento divulgado quinta-feira
trouxe a público uma série de progressos assinaláveis conseguidos por Angola -
no esforço de combater a fome e a pobreza e assegurar melhor qualidade de vida
para a sua população - que não pode passar despercebida.
No cômputo geral podemos falar de um balanço positivo, mesmo que alguns
progressos não tenham sido significativos, mas que, porém, reflectem uma
tendência para melhor do quadro existente anteriormente.
Uma tal evolução só existe num contexto de ingentes esforços no sentido de
conjugar vários factores macroeconómicos para que os resultados a alcançar
sejam sempre satisfatórios.
De ano para ano, Angola tem vindo a melhorar nos vários indicadores sob
avaliação, embora se reconheça que uns, mais do que outros, vão precisar de
mais atenção, de mais tempo para se consolidar as políticas e filosofias de
trabalho no sentido de os ganhos se revelarem substanciais e reflectirem de
modo real os anseios do Executivo e das populações.
É bem verdade que os números ainda estão aquém dos valores almejados, mas
também não é menos verdade que em relação a 2002, ano em que terminou a guerra
no país, esses mesmos números estão incomparavelmente melhores. Há, por isso,
razões fundadas para satisfação, e mais ainda porque afastados os factores que
condicionavam um melhor desempenho global da economia do país, é possível
projectar níveis de crescimento e acções que vão induzir uma melhoria em cadeia
dos vários indicadores de evolução do bem-estar.
São de reter as conclusões do relatório do PNUD sobre o cumprimento dos
Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, quando considera que o Executivo
angolano reduziu a taxa de mortalidade materna acima da meta estabelecida para
2015, que passou de 1.400 por 100 mil nascidos no ano 2000 para 450 em 2010;
quando constata que Angola está entre os países da região austral do continente
africano com mais conquistas no combate à fome e à pobreza, tendo o Inquérito
Integrado sobre o Bem-Estar da População revelado que a proporção de pessoas
com rendimento inferior a um dólar diminuiu de 68 por cento em 2001 para menos
de 36.6 por cento em 2009.
Temos a certeza que em 2018, ao fazer o balanço das acções desenvolvidas, o
relatório vai espelhar um grande avanço em todos os domínios, fruto da aposta
do Executivo em dar particular atenção ao sector social, traduzida já no
aumento das despesas públicas inscritas no Orçamento Geral do Estado para este
ano. Comparativamente a 2012, essas despesas passaram de 33.1 por cento para
33.5 por cento, distribuídas em 8.09 por cento para a Educação, 5.29 por cento
para a saúde, 10.83 por cento para a protecção social, 7.02 por cento para a
habitação e 1.1 para a protecção ambiental.
Salta à vista, pois, o interesse e empenho redobrado em potenciar os resultados
já obtidos, no sentido de não apenas os indicadores se adequarem aquilo que são
as capacidades económicas do país, mas também e sobretudo tendo em conta a
necessidade que Angola tem de consolidar cada vez mais os fundamentos da sua
economia e construir um tecido social forte, propulsor de mudanças profundas
rumo ao desenvolvimento sustentado assente na estabilidade duradoura.
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