Guiné-Bissau com
dia de luto nacional pela morte de 13 pessoas em acidente
02 de Março de
2013, 12:26
Bissau, 02 mar
(Lusa) - O Governo de transição da Guiné-Bissau decretou para hoje dia de luto
nacional pela morte de 13 pessoas, na quinta-feira, vítimas de um acidente de
viação.
O acidente deu-se
na manhã de quinta-feira entre João Landim e Bula (norte) e provocou ainda 14
feridos, segundo responsáveis hospitalares.
O acidente foi
provocado por uma colisão frontal de dois transportes mistos.
Há dois meses, o
Governo já havia decretado dois dias de luto nacional pela morte de quase 30
pessoas, vítimas do naufrágio de uma piroga ao largo de Bissau.
FP // MSF
Fogareiros
melhorados prometem mudar os bairros de Bissau
03 de Março de
2013, 10:01
Fernando Peixeiro e
Mussá Baldé, da agência Lusa
Bissau, 03 mar
(Lusa) - Dois empresários guineenses juntaram-se para criar fogareiros que
aquecem mais e gastam menos e ainda deram emprego a 20 pessoas. Prometem
revolucionar as horas das refeições da Guiné-Bissau, para já apenas na capital.
Nos bairros de
Bissau os alimentos cozinham-se especialmente ao ar livre, em fogueiras ou
fogareiros, utensílios fundamentais para quem não tem dinheiro para ter um
fogão e o respetivo gás.
Rogério Costa e
Raimundo Lopes, ambos guineenses, sabem disso. E sabem também que um fogareiro
convencional gasta muito carvão, porque o calor se dispersa, pelo que criaram
um que tem o interior em cerâmica, para concentrar "o calor na
panela".
Chamaram-lhe
"fogão melhorado" e garantem quatro vantagens: "economia em
dinheiro, rapidez na cozinha, pouco fumo, limpeza e segurança, conforto e robustez".
A ideia, disse
Rogério António Costa à Lusa, até nem é original. Há três anos o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) deu uma formação em cerâmica e
serralharia, para que se formassem associações que produzissem fornos, mas após
a formação nada aconteceu.
"Numa conversa
com Raimundo Lopes ele sugeriu que aproveitássemos a ideia. Falámos com as
pessoas e acharam que era possível, investimos algum dinheiro, reunimos a
equipa e passámos à produção", conta.
A
"equipa" é na verdade dois grupos de pessoas, uma dúzia de mulheres
de uma associação na localidade de Nhoma (a cerca de 35 quilómetros de Bissau)
faz as bases de cerâmica e "seis a oito homens" faz a parte da
serralharia, em Bissau. "Aqui montamos o produto final e damos acabamento",
diz Rogério Costa à Lusa, numa espécie de garagem repleta de fogareiros de
vários tamanhos.
Raimundo Lopes, com
experiência na área da energia solar (instalou 15 quilowatts de potência
fotovoltaica no país), diz conhecer "os desafios atuais de proteção e
conservação do ambiente e da biodiversidade" e os perigos que representa a
má gestão dos recursos florestais.
Os fogareiros,
assegura, representam menos gastos para uma população pobre e menos poluição.
"Conseguimos um fogareiro que em termos de combustível só precisa de um
terço do carvão. E porque há menos necessidade de carvão, menos árvores serão
abatidas para serem transformadas em carvão".
Ideias feitas,
equipa montada, no final do ano passado começaram a sair os primeiros
fogareiros que "fazem" uma refeição para oito pessoas por 100 francos
(15 cêntimos), em 45 minutos. E, diz Rogério Costa, "estão mesmo a
sair": "na primeira fase produzimos 90 mas estamos com medo de não
poder dar vazão às encomendas".
Os preços, afirmam,
são idênticos aos de um fogareiro comum; o grande por 9.500 francos CFA (14,5
euros) e o médio por 7.500 (11,4 euros). Está também a ser feito um
"modelo para chás", mais pequeno.
Sem publicidade, os
dois empresários apostam na divulgação porta a porta, explicando as vantagens dos
fogareiros e frisando que, se bem utilizados, dão uma garantia de 10 anos. Para
já, apostam apenas nos mercados urbanos, porque no interior as refeições
continuam a cozinhar-se na fogueira.
E também sem postos
de venda (a garagem é o armazém e a loja). Porque é preciso começar devagar e
porque os dois optaram por envolver a associação de mulheres e os serralheiros,
uma mais-valia para o rendimento de 20 famílias.
Mas isso é por
agora. Que os dois empresários já olham para mais longe. "Estamos muito
encorajados, as expetativas excederam-se, estamos a pensar em fazer produção
mais significativa".
Num futuro não
muito distante, Rogério Costa e Raimundo Lopes querem entrar numa produção
"em larga escala", trabalhando com fornos industriais. E os
serralheiros de Bissau? E as mulheres de Nhoma? "Contamos com eles!".
FP/MB // VM.
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