domingo, 3 de março de 2013

Carvalho da Silva: Governo faz «tudo para não ouvir» mas pressões acabam por resultar




TSF

O ex-secretário-geral da CGTP Carvalho da Silva considera que o Governo faz «tudo para não ouvir» os protestos, mas que «as pressões acabam por dar resultados», afirmando que o «Presidente da República é uma carta fora do baralho».

Em declarações à agência Lusa à margem de um debate do Congresso Democrático das Alternativas, que hoje decorreu no Porto, Carvalho da Silva afirmou que no sábado «o povo português deu sinais claros de qual é a avaliação que faz, de que é preciso pôr este Governo fora do poder, encontrar alternativas e libertar-nos deste jugo que os nossos credores e os agiotas internacionais nos estão a impor».

«Isto não vai com meras alternâncias nem com instituições paradas, como é o caso da Presidência da República. O Presidente da República é perfeitamente uma carta fora do baralho, num momento em que o país precisava do baralho todos e dos seus ases todos utilizados», criticou.

Para o ex-secretário-geral da CGTP, o atual Governo - que diz não ser normal e comportar-se como um Governo de um país ocupado - faz tudo «para não ouvir» as manifestações do povo português mas, adianta Carvalho da Silva, «as pressões acabam por dar resultados».

«Estamos numa mudança de ciclo, numa mudança de era, quer no plano nacional, quer no plano europeu, quer no plano mundial e não pode haver aqui taticismos político ou político-partidários na resposta a isto. Temos que forçar para que tenhamos instituições no país que funcionem mas precisamos também que não se fique à espera de meras alternâncias porque isto não vai lá com alternâncias», considerou.

Para o sociólogo, nem a 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) nem o Governo português «têm hoje qualquer autoridade do ponto de vista político, técnico e moral para continuarem a impor estas políticas de empobrecimento», antecipando que sábado não foi a «última vez que o povo português» saiu à rua.

«Este Governo faz uma manipulação total do interesse nacional. Num contexto destes, a ação da sociedade torna-se ainda mais premente mas também temos que ter a consciência que estamos perante uma entidade, o Governo que temos, que usa o total distanciamento do povo como uma arma», alertou.

No sábado, mais de 40 cidades portuguesas e no estrangeiro aderiram à manifestação organizada pelo movimento "Que se lixe a 'troika'".

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