TSF
O
ex-secretário-geral da CGTP Carvalho da Silva considera que o Governo faz «tudo
para não ouvir» os protestos, mas que «as pressões acabam por dar resultados»,
afirmando que o «Presidente da República é uma carta fora do baralho».
Em declarações à
agência Lusa à margem de um debate do Congresso Democrático das Alternativas,
que hoje decorreu no Porto, Carvalho da Silva afirmou que no sábado «o povo
português deu sinais claros de qual é a avaliação que faz, de que é preciso pôr
este Governo fora do poder, encontrar alternativas e libertar-nos deste jugo
que os nossos credores e os agiotas internacionais nos estão a impor».
«Isto não vai com
meras alternâncias nem com instituições paradas, como é o caso da Presidência
da República. O Presidente da República é perfeitamente uma carta fora do
baralho, num momento em que o país precisava do baralho todos e dos seus ases
todos utilizados», criticou.
Para o
ex-secretário-geral da CGTP, o atual Governo - que diz não ser normal e
comportar-se como um Governo de um país ocupado - faz tudo «para não ouvir» as
manifestações do povo português mas, adianta Carvalho da Silva, «as pressões acabam
por dar resultados».
«Estamos numa
mudança de ciclo, numa mudança de era, quer no plano nacional, quer no plano
europeu, quer no plano mundial e não pode haver aqui taticismos político ou
político-partidários na resposta a isto. Temos que forçar para que tenhamos
instituições no país que funcionem mas precisamos também que não se fique à
espera de meras alternâncias porque isto não vai lá com alternâncias»,
considerou.
Para o sociólogo,
nem a 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco
Central Europeu) nem o Governo português «têm hoje qualquer autoridade do ponto
de vista político, técnico e moral para continuarem a impor estas políticas de
empobrecimento», antecipando que sábado não foi a «última vez que o povo
português» saiu à rua.
«Este Governo faz
uma manipulação total do interesse nacional. Num contexto destes, a ação da
sociedade torna-se ainda mais premente mas também temos que ter a consciência
que estamos perante uma entidade, o Governo que temos, que usa o total distanciamento
do povo como uma arma», alertou.
No sábado, mais de
40 cidades portuguesas e no estrangeiro aderiram à manifestação organizada pelo
movimento "Que se lixe a 'troika'".
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