terça-feira, 19 de agosto de 2014

UNIVERSIDADE DE MACAU NEGA MOTIVOS POLÍTICOS NA CAUSA DA SAÍDA DE PROFESSOR




Macau, China, 19 ago (Lusa) - A Universidade de Macau negou hoje que a saída do professor de Ciência Política Bill Chou esteja relacionada com a sua atividade política, reagindo, dois dias depois, às acusações do académico.

Em comunicado, a universidade sublinhou que "o respetivo processo e decisão não estão associados, de algum modo, com as atividades ou declarações políticas feitas pelo professor Bill Chou junto da comunidade".

O docente foi alvo de um processo disciplinar em dezembro do ano passado, que resultou numa suspensão de 24 dias sem salário - o processo surgiu um mês depois de o professor se tornar membro da Associação Novo Macau, a maior associação pró-democracia do território. Na passada quarta-feira foi informado que o seu contrato não seria renovado.

Em declarações à agência Lusa no domingo, Chao disse acreditar que a não renovação estava relacionada com o seu ativismo político. Há mais de uma década que o professor lecionava na instituição.

A instituição reitera também o seu "respeito pela liberdade académica e pela liberdade de expressão".

Segundo a universidade, o processo disciplinar de Bill Chou deveu-se à suspeição de violação de normas internas.

A investigação foi levada a cabo por uma "comissão independente e com representatividade adequada", que justificou a suspensão do docente com "fatos provados que apontam para a violação dos deveres de conduta profissional".

A instituição não revela, no entanto, que normas internas foram violadas.

Por seu lado, o professor diz que foi acusado de impor a sua ideologia política aos alunos e já anunciou que vai levar o caso aos tribunais, prometendo revelar documentos - confidenciais até ao termo do contrato, a 01 de setembro - que provam que o processo disciplinar e a não renovação do contrato são fruto de "discriminação política".

Numa nota emitida hoje, a universidade afirma que as acusações do docente, relacionando a sanção e a saída da instituição à falta de liberdade académica, "prejudicam o nome da universidade, assim como a relação de confiança e respeito mútuo entre as duas partes".

Instado a comentar o caso no passado domingo, o chefe do Executivo disse apenas não ter sido previamente informado da saída de Bill Chou, salientado que respeita a autonomia de gestão da universidade.

ISG// PJA - Lusa

Leia mais em Página Global

Sem comentários:

Mais lidas da semana