Macau,
China, 19 ago (Lusa) - A Universidade de Macau negou hoje que a saída do
professor de Ciência Política Bill Chou esteja relacionada com a sua atividade
política, reagindo, dois dias depois, às acusações do académico.
Em
comunicado, a universidade sublinhou que "o respetivo processo e decisão
não estão associados, de algum modo, com as atividades ou declarações políticas
feitas pelo professor Bill Chou junto da comunidade".
O
docente foi alvo de um processo disciplinar em dezembro do ano passado, que
resultou numa suspensão de 24 dias sem salário - o processo surgiu um mês
depois de o professor se tornar membro da Associação Novo Macau, a maior
associação pró-democracia do território. Na passada quarta-feira foi informado
que o seu contrato não seria renovado.
Em
declarações à agência Lusa no domingo, Chao disse acreditar que a não renovação
estava relacionada com o seu ativismo político. Há mais de uma década que o
professor lecionava na instituição.
A
instituição reitera também o seu "respeito pela liberdade académica e pela
liberdade de expressão".
Segundo
a universidade, o processo disciplinar de Bill Chou deveu-se à suspeição de
violação de normas internas.
A
investigação foi levada a cabo por uma "comissão independente e com
representatividade adequada", que justificou a suspensão do docente com
"fatos provados que apontam para a violação dos deveres de conduta
profissional".
A
instituição não revela, no entanto, que normas internas foram violadas.
Por
seu lado, o professor diz que foi acusado de impor a sua ideologia política aos
alunos e já anunciou que vai levar o caso aos tribunais, prometendo revelar
documentos - confidenciais até ao termo do contrato, a 01 de setembro - que
provam que o processo disciplinar e a não renovação do contrato são fruto de
"discriminação política".
Numa
nota emitida hoje, a universidade afirma que as acusações do docente,
relacionando a sanção e a saída da instituição à falta de liberdade académica,
"prejudicam o nome da universidade, assim como a relação de confiança e
respeito mútuo entre as duas partes".
Instado
a comentar o caso no passado domingo, o chefe do Executivo disse apenas não ter
sido previamente informado da saída de Bill Chou, salientado que respeita a
autonomia de gestão da universidade.
ISG//
PJA - Lusa
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