Sydney,
Austrália, 02 out (Lusa) -- A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) recusou
o dinheiro doado pelo Governo australiano e instou as autoridades a enviarem
antes pessoal de saúde para a África Ocidental para combater o Ébola.
"A
MSF simplesmente não tem capacidade para fazer o trabalho sozinha. Estamos a
recusar gente nas nossas clínicas que tem estado [a operar], há semanas, acima
daquilo que é a sua capacidade", indicou a organização em comunicado
divulgado hoje pelos 'media' locais.
O
Governo de Camberra ofereceu aos Médicos Sem Fronteiras uma verba de 2,2
milhões de dólares (1,75 milhões de euros), mas a organização não-governamental
reclamou antes o apoio de pessoal por considerar que poderia ter "um
impacto muito significativo" no quadro dos esforços de combate à doença.
"Até
uma dúzia de pessoas capacitadas que possa supervisionar as equipas locais na
gestão do centro de isolamento, ajuda na detenção de casos e medidas de
controlo do surto poderia salvar milhares de vidas", realçou a MSF.
A
MSF diz que as limitações logísticas impedem a organização de aumentar a sua
ajuda em países como a Libéria, Serra Leoa ou Guiné-Conacri, três dos países
mais afetados.
"A
Austrália deve parar de dar desculpas para se unir na luta contra o Ébola
(...). Países como a Austrália, com capacidade para fazer a diferença no
terreno, estão a olhar para o lado para evitar ter responsabilidade e
recusam-se a enviar o seu próprio pessoal para ajudar", sublinha a MSF no
mesmo comunicado citado pela agência noticiosa espanhola Efe.
Em
seis meses, o número de vítimas mortais da epidemia de Ébola, sobretudo na
África Ocidental, já ultrapassou os três mil, ou seja, cerca de metade dos
6.500 casos recenseados, segundo a Organização Mundial de Saúde.
DM
(CSR)// DM - Lusa
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