Bom dia, bom café
Martin
Silva, editor-executivo do jornal Expresso, é quem assina o Expresso Curto de hoje. Vários
temas são abordados na sua forma pessoal para nos dizer aquilo que podemos
encontrar no jornal Expresso. Nacional e estrangeiro são o conteúdo que nos
oferece este curto Expresso de 2ª feira antes do dia de Carnaval que em
Portugal não é feriado devido à baias impostas pelo governo de sacrifícios para
vasta maioria da população, continuação de esbulho e exploração selvagem, de
roubos e corrupções para uns quantos. Portugal está de rastos devido a
cumplicidades entre políticos, banqueiros e grandes empresários. Políticos que
quando se vêem eleitos deitam para o lixo as promessas feitas em campanhas
eleitorais e, sem qualquer espécie de pudor, mostram os grandes vigaristas que
afinal são. Cuidado. Não espere que o constante no parágrafo anterior seja tema
abordado por este Expresso Curto. Não é. Mas dizemos e sabemos (como milhões)
que é aquilo que acontece em Portugal. Conscientemente
também sabemos que diferente não podia acontecer com um governo e um presidente
da República que se mostram servos do grande capital e dele habitualmente,
tarde ou cedo, recebem algumas migalhas como prémio. Curta o curto Expresso.
Redação
PG
Somos
Todos Judeus!
Um mês depois dos terríveis atentados de Paris, o terrorismo islamita volta a atormentar a Europa.
Um mês depois dos terríveis atentados de Paris, o terrorismo islamita volta a atormentar a Europa.
Em Copenhaga, novamente um ataque contra a liberdade de expressão e novamente um ataque contra alvos judeus.
De acordo com as últimas informações, Omar el-Hussein, um jovem de 22 anos natural da Dinamarca, com um longo cadastro criminal, foi o responsável pelos atentados do fim de semana que “copiaram” os ataques de janeiro em Paris.
O ataque a um debate sobre arte e a blasfémia, organizado pelo movimento de apoio ao cartoonista sueco Lars Vilk, perseguido pela sua obra, e a uma sinagoga, causou dois mortos e cinco feridos.
A vítima mortal do ataque ao debate foi o realizador dinamarquês Finn Norgaard.
Impressionante o relato na primeira pessoa do embaixador francês em Copenhaga, que estava no debate e relatou o que viu e o que passou.
O receio de uma vaga anti semita e de novos atentados contra os judeus cresce pela Europa depois dos ataques de Copenhaga. A primeira-ministra da Dinamarca multiplicou-se em declarações, garantindo que este não é um conflito entre muçulmanos e não muçulmanos.
Ao mesmo tempo, e com o receio de novos ataques, um corso carnavalesco na Alemanha foi cancelado.
Se as reações de consternação se multiplicaram um pouco por todo o lado, a de Benjamin Netanyahu é a que merece maior reflexão.
O primeiro-ministro de Israel apelou ao regresso dos judeus a Israel, dizendo que seriam muito bem recebidos no seu país. Ora, uma tal reação já tinha sucedido em janeiro depois dos ataques ao Charlie Hebdo e a um supermercado kosher em Paris.
A verdade é que o número de imigrantes judeus a afluírem a Israel está a crescer, atingindo já o valor mais elevado da última década.
E o Governo de Israel já adotou um plano de encorajamento de acolhimento de imigrantes judeus vindos de países como a França, a Bélgica e a Ucrânia.
Mas o convite ao abandono dos judeus da Europa é umadeclaração que em si mesma pode encerrar uma vitória do terror sobre a democracia e a convivência multiétnica, multicultural e multi-religiosa.
O Rabi Jair Melchior, da comunidade judaica em Copenhaga, criticou as palavras do chefe do governo israelita : “o terror não é uma razão para se fugir para Israel”.
Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, respondeu dizendo que o local para os judeus franceses… é França.
Eis desde já uma vitória do terror: o medo.
Por cá a comunidade judaíca é pequena mas em países como o Reino Unido já surgiram avisos e alertas para que a segurança seja reforçada em torno dos judeus. O nível de alerta eleva-se em toda a Europa, titula o El Pais.
Como se não bastassem estes acontecimentos, o Estado Islâmico divulgou um vídeo em que se mostra a execução de pelo menos uma dezena de cristãos coptas egípcios que tinham sido raptados na Líbia.
O Público traça o retrato de Djamel Beghal, um dos homens por trás dos atentados de Paris.
Ainda sobre o Estado Islâmico, esta história lida no El Mundo mostra até que ponto pode ir a infiltração policial e dos serviços secretos na tentativa de travar o alastrar do terror. Uma agente infiltrada manteve um caso com Denis Cuspert, cuja missão passava por recrutar jihadistas no interior da Alemanha. Afinal, a ficção relatada pela agente Carrie Mathison, na aclamada série televisiva Segurança Nacional não estaria assim tão longe da realidade.
Notícia seguramente forte do dia de hoje é a reunião do Eurogrupo. A Zona Euro tenta arranjar uma saída grega para a a crise.
As conversações técnicas continuaram durante o fim de semana e hoje devemos todos ter novas luzes sobre o caminho que se vai seguir (e em que a rutura que se temia parece cada vez mais afastada).
Enquanto Alexis Tsipras se manifesta “confiante” num sucesso negocial que permita a Atenas virar a página da austeridade dos últimos anos, surgem os primeiros sinais de desconforto interno na Grécia, e dentro do Syriza, quanto ao suavizar do discurso anti-austeridade pelos novo governantes gregos.
O jornal grego Ekathimerini (tem uma versão inglesa que merece ser seguida) tem aqui uma interessante análise sobre a necessidade de um acordo.
Fora dos gabinetes, este fim de semana ficou marcado por um conjunto de manifestações (inclusive em Lisboa) de apoio ao Governo grego, e contra a austeridade.
Recupero ainda dois artigos deste fim de semana, mas que pela profundidade bem valem a pena um olhar neste início de semana, sobretudo se o seu radar os deixou passar.
No Público de ontem, a sempre imprescindível análise de Jorge Almeida Fernandes, que pode ver aqui sobre o caminho e o futuro da Grécia. E, contra-corrente, José Manuel Fernandes, antigo diretor do Público, escreveu no Observador curioso artigo contra o “choradinho” grego.
OUTRAS NOTÍCIAS CÁ DENTRO
“Mais bares apanhados a vender álcool a menores”, afirma o DN, dizendo que entre 2012 e 2014 houve mais 70% de infrações e mais 170% de processos a comerciantes.
“Número de fármacos inovadores em hospitais duplicou em cinco anos”, titula o Público num, artigo que procura dar resposta à questão ‘Há limites para os gastos?’
Este fim de semana ficámos ainda a saber que o Governo alargou o prazo para a validação de faturas do ano passado para efeitos de IRS. O novo prazo vai até ao final do mês.
Se este domingo foi ao supermercado, então já notou as mudanças nos sacos de plástico, que devido à fiscalidade verde passam a custar 10 cêntimos cada. Nos próximos dias já devem surgir os primeiros números dos efeitos da medida do Governo.
No futebol, depois de um fim de semana em que Benfica e Porto ganharam e o Sporting escorregou em Belém, os próximos dias assistem ao regresso das competições europeias.
OUTRAS NOTÍCIAS LÁ FORA
Este fim de semana foi fim de semana de All Star na NBA. O jogo das estrelas do basket norte-americano ficou marcado por dois… espanhóis. Os manos Gazol não só marcaram a estreia de dois irmãos nos cinco iniciais das equipas de Leste e Oeste, como, mais que isso, deixaram um fotografia que fica para a história do desporto, ao serem protagonistas do salto de abertura da partida.
Este foi fim de semana de jogo das estrelas no basket norte-americano.
Se o nome Nutella lhe diz alguma coisa, não deve ficar indiferente a saber que morreu Michele Ferrero, o fundador da Nutella, uma espécie de Willy Wonka dos chocolateiros como lhe chamou o FT. Ferrero era o homem mais rico de Itália, com uma fortuna avaliada em mais de 23 mil milhões de dólares.
Um dos atores da moda em Hollywood, Benedict Cumberbatchestá oficialmente “fora do mercado”: Casou no sábado com Sophie Hunter.
Depois de gadgets icónicos com o iPod, iPad, iPhone, a Apple está a trabalhar no que pode tornar-se o maior (literalmente) gadget da companhia: um carro.
Um dos mais famosos programas televisivos de humor nos Estados Unidos, o Saturday Night Live, está a fazer 40 anos e vale a pena lembrar alguns dos melhores momentos de sempre.
O tão excêntrico como bom futebolista sueco Zlatan Ibrahimovic voltou a surpreender. Marcou um golo acrobático (nada de novo) tirou a camisola para festejar (nada de novo) e apareceu todo tatuado (já tinha várias tatuagens mas agora apareceu com o tronco coberto de inscrições. Mas a surpresa não acaba mesmo aqui: trata-se de uma ação humanitária. Sim, isso mesmo, uma ação do PAM (Programa Alimentar Mundial), das Nações Unidas.
PS: aparentemente, as tatuagens são temporárias
FRASES
Destaco três frases de três protagonistas de três entrevistas que hoje ocupam as páginas (com destaque nas respetivas capas) dos nossos diários.
“Opinião pública considera que o nível de desigualdade social é aceitável”, afirmaAlfredo Bruto da Costa ao Diário Económico, explicando porque é difícil reduzir-se as desigualdades sociais
“Nos meses mais recentes algumas reformas foram suspensas”, é o alerta do membro da comissão executiva do BCE Peter Praet ao Jornal de Negócios, mostrando desconforto com o comportamento do Governo em ano de eleições
“Não gosto de pessoas que dizem não ser políticos quando estão na política”, afirma finalmente Miguel Poiares Maduro ao i, numa entrevista de quatro páginas. Em que, ao ser perguntado sobre se convidava Varoufakis ou Schauble para jantar, responde: “Gosto de jantar com mais do que uma pessoa, se calhar convidava os dois. Acho que seria um jantar particularmente interessante. Não sei qual seria a língua. Faria moussaka de entrada e um schnitzel como prato principal”
“Hoje estou numa atitude de protesto e de solidariedade. Trouxe um chapéu grego para exprimir a minha solidariedade com o Syriza, por isso, levanto a minha voz: não pagamos, não pagamos!”Alberto João Jardim falando aos jornalistas no último desfile de Carnaval da Madeira a que assistiu como chefe do Governo regional.
O QUE EU ANDO A LER
As armas calaram-se, de “uma forma geral”, desde o início do cessar-fogo, este domingo, refere hoje o Público. Este é mesmo o jornal que dá maior destaque ao tema na edição de hoje, com uma foto a rasgar a primeira página que mostra soldados do exército ucraniano jogando à bola numa pausa do conflito. A situação mais dramática por estes dias é em Debaltseve, onde o exército ucraniano tenta resistir ao ataque dos separatistas pró-russos.
Ora, o início do cessar fogo no leste da Ucrânia, este fim de semana, espicaçou-me a curiosidade.
Fui à estante e abri “A Mística de Putin”, de Anna Arutunyan, jornalista russa, editado por cá pela Queixal e uma compra das últimas semanas. Arutunyan “relata as mais importantes histórias de Putin na última década, apresentando uma perspectiva por dentro do poder de um homem, cujas acções são completamente dissonantes dos padrões da democracia europeia, mas que estão em perfeita consonância com a tradição da autocracia russa”.
Putin é hoje uma personagem central da política mundial e compreender as motivações deste antigo funcionário do KGB é indispensável para se perceber muito do que acontece na Europa e no Mundo nesta altura.
Neste início de semana, quero ainda chamar a atenção para a estreia em televisão por cá do fenómeno do humor brasileiro Porta dos Fundos (de Porchat e companhia). É já amanhã à noite, na FOX.
Neste dia, em 1986, Mário Soares era eleito presidente da República
Hoje
Logo, ao final da tarde, pelas 18.00, temos Expresso Diário para si (se comprou a edição semanal em papel não esqueça de ir buscar o código que está na capa da Revista E de o validar em leitor.expresso.pt para aceder aos Expressos Diários desta semana).
Faltam 318 dias para acabar o ano.
Regressamos quarta-feira para o seu Expresso Curto, tirado pelo João Vieira Pereira.
Martin
Silva, editor-executivo do jornal Expresso
1 comentário:
A "Mística de Putin" foi editada pela "Queixal"??? Essa está fantástica! Não entendo mesmo!? Agora a Quetzal passou a chamar-se Queixal? Como isto dificilmente é um lapso, só pode ser uma piada de mau gosto! José Lopes
Enviar um comentário