quinta-feira, 26 de março de 2015

AUTORIDADES DIZEM QUE MACAU NÃO É DESTINO DE CONTRABANDO DE MARFIM




Macau, China, 25 mar (Lusa) -- O volume de marfim apreendido em Macau manteve-se baixo nos últimos anos e desde janeiro não foi realizada qualquer apreensão no território, informaram as autoridades, referindo que "a grande procura está no interior da China".

"Acreditamos que Macau é um mercado inexistente para o consumo doméstico, e por isso não é uma região de destino", afirmaram os Serviços de Alfândega de Macau em resposta à agência Lusa.

O maior volume alguma vez apreendido em Macau remonta a 2008, quando os serviços aduaneiros da região confiscaram 528,65 quilogramas de marfim em bruto, "em rota de Macau para o interior da China por barco".

Já em 2014 foram apreendidos 39,4 quilogramas de marfim em bruto, e no ano anterior 50,2 quilogramas em três operações realizadas em meados de julho, segundo a mesma fonte.

O presidente da Câmara de Comércio Africana em Macau, Francis Nwachukwu, admite, em declarações à agência Lusa, que a grande procura esteja no mercado do interior da China, mas diz estar apreensivo com um eventual aumento do tráfico através de Macau.

"Estou um pouco preocupado, porque se os contrabandistas descobrem que não é proibido (importar marfim esculpido) em Macau, então a região pode ser usada como rota (para o tráfico) ", sublinhou.

Questionada pela Lusa sobre um eventual aumento do contrabando, a secretaria para a Segurança disse "não ter comentários".

Francis Nwachukwu destaca pela positiva a proibição durante um ano, da importação de marfim esculpido na China, uma medida que "pode ser simbólica", mas está "na direção certa", porque "cria uma consciencialização nos caçadores furtivos de que os governos estão a tentar combater o comércio ilegal".

"O primeiro passo foi dado. É bem-vindo por causa da caça furtiva. Para tornar a medida mais efetiva deveria haver uma colaboração mais estreita com os governos das duas regiões administrativas especiais", acrescentou o responsável nigeriano, vincando que para alcançar melhores resultados "Macau e Hong Kong deveriam também impor a proibição".

"Estes animais estão a caminhar para a extinção, por isso Macau devia seguir a mesma medida e não deixar alternativas aos caçadores furtivos. Por exemplo, se eles não conseguirem entrar pela China, então vão procurar rotas alternativas para levar (o marfim esculpido) para o interior da China: através de Hong Kong ou de Macau", salientou.
FV // PJA

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