quinta-feira, 26 de março de 2015

Moçambique "deve fazer mais" para combater caça furtiva -- African Wildlife Foundation




Maputo, 25 mar (Lusa) -- A African Wildlife Foundation defende que Moçambique tem um "papel fundamental a desempenhar no combate ao tráfico de animais selvagens", uma atividade que diz estender-se à África do Sul e ser facilitada nos portos moçambicanos.

"Os governos de Moçambique e da África do Sul reconheceram publicamente a necessidade de proteger a fronteira entre os dois países e assumiram compromissos públicos para trabalhar em conjunto no combate à caça ilegal e tráfico de animais selvagens em ambos os lados da fronteira. Ainda esperamos ver um verdadeiro compromisso e dedicação de recursos para este fim pelo governo de Moçambique", afirmou à agência Lusa a porta-voz da African Wildlife Foundation.

"Caçadores furtivos continuam a invadir os parques e reservas da África do Sul. Além da porosa fronteira Moçambique-África do Sul, a fronteira com a Tanzânia também carece de aplicação da lei sobre a vida selvagem, e os portos de Moçambique facilitam o contrabando de chifres de rinoceronte, entre outros, para o exterior. Portanto, Moçambique tem um papel decisivo a desempenhar", acrescentou Kathleen Garrigan.

A porta-voz da African Wildlife Foundation recordou que em 2013 foi anunciado que Moçambique já não tinha rinocerontes, devido à ação dos caçadores furtivos.

"Também foi alegado que os caçadores furtivos de rinocerontes podiam estar a atuar em conluio com 'rangers' responsáveis pela proteção desses animais naquele país. Atualmente, muitos dos caçadores matam rinocerontes na África do Sul, especialmente no Parque Nacional Kruger, que se acredita que venham de Moçambique", afirmou.

"Eles parecem estar a operar com um grande grau de impunidade no outro lado da fronteira, em Moçambique", sublinhou.

FV // PJA

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