Armando
Chicoca – Voz da América
As
estatísticas revelam que mais de três mil famílias afectadas durante as
enxurradas 2011 no Namibe continuam ao relento, apesar das promessas de ajuda
das autoridades. E os desabrigados se queixam depois de quatro anos.
“Estamos
a viver muito mal, não temos barro para fabricar adobes e erguermos as nossas
casas. Não há água, as crianças vão a escola com batas sujas por falta de
agua”, lamentou uma das sinistradas, mãe de oito filhos.
As
autoridades governamentais prometeram na altura resolver o problema do
abastecimento de água e a construção de escolas para os petizes poderem
frequentar as aulas, assim como postos médicos em cada uma das quatro áreas de
reassentamento. Mas nada foi feito.
“Se
uma pessoa sai daqui às 7 horas à procura de agua só regressa às 10, com o
corpo já escangalhado, não temos como fazer, estamos a sofrer, por falta de
água”, lamentou outra sinistrada.
O
mais caricato, segundo as mesmas fontes, é o facto de passados quatro anos as
crianças continuarem a frequentar as aulas em salas precárias de chapas de
zinco e muitas delas sem aproveitamento no final do ano lectivo devido às altas
temperaturas que se fazem sentir.
No
posto médico da localidade da Macala, uma outra área que acolheu sinistrados,
os pacientes é que levam água nas canecas para os enfermeiros poderem lavar as
mãos depois do tratamento.
“O
posto médico não tem água porque a área também não tem água. Os populares são
obrigados a trazer-nos água numa caneca quando vêm aqui no posto médico para
lavarmos as mãos e instrumentos de enfermagem”, disse um dos enfermeiros do
posto médico da Macala.
O
administrador do município do Namibe João Guerra de Freitas disse que o
problema é conhecido e tudo está a ser feito para se debelar as dificuldades
das comunidades.
“Esta
escola de chapas de zinco que está à nossa frente não tem razão de ser, pronto,
foi uma questão de emergência nas enxurradas de 2011. Vamos construir uma
escola de seis salas, acho que para começar vai servir. Vai custar cerca
35 a 45 milhões de Kwanzas, o equivalente a 350 a 450 mil dólares “,
revelou o administrador do Namibe João Guerra.
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