A
Cáritas de Beja tem falta de alimentos para os cabazes mensais destinados a
famílias carenciadas, porque esgotou a maioria dos últimos doados, estando a
recorrer ao Fundo de Emergência Social da diocese para comprar géneros
"essenciais".
"Desde
finais de janeiro que a maioria dos géneros alimentares", excedentes da
União Europeia e provenientes do Banco Alimentar Contra a Fome de Beja, doados
à instituição para compor os cabazes, está "esgotada", disse hoje à
agência Lusa o presidente da Cáritas de Beja, Florival Silva.
O
responsável justificou a situação com o facto de os alimentos doados serem
"poucos e aquém das necessidades" e os pedidos de ajuda serem
"muitos" e terem "aumentado" devido à crise.
Por
isso, explicou, a Cáritas está a recorrer ao Fundo de Emergência Social da
Diocese de Beja para comprar alimentos "essenciais" e que faltam para
compor cabazes para famílias "em situações de urgência e que têm de ser
obrigatoriamente atendíveis".
"O
primeiro passo é fazer triagem de urgências das urgências para atender os casos
que não podem deixar de ser atendidos e não podem aguardar" e, para tal, a
instituição está a recorrer ao Fundo de Emergência Social para comprar
alimentos "essenciais" que faltam para compor cabazes, frisou.
Segundo
o responsável, a falta de alimentos deverá ficar resolvida com a próxima
distribuição de géneros alimentares do Banco Alimentar Contra a Fome de Beja,
prevista para maio.
"Não
é com muito frequência" que a Cáritas de Beja recorre ao Fundo de
Emergência Social da diocese para comprar alimentos para os cabazes e só o faz
"em casos pontuais e perante situações obrigatoriamente atendíveis",
frisou.
Atualmente,
a Cáritas de Beja, através do serviço de apoio social, fornece cabazes mensais
com géneros alimentares a 66 famílias carenciadas do concelho, sobretudo
numerosas e monoparentais ou em situações de desemprego ou baixos rendimentos.
Trata-se
de um trabalho inserido na ação social da Diocese de Beja para "combater a
fome" no concelho e "aliviar as carências alimentares" de
famílias com dificuldades, disse Florival Silva.
Além
de distribuir alimentos, a Cáritas de Beja, através do fornecimento de
pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar, alimenta diariamente 39 pessoas no seu
refeitório e 54 famílias na sua cantina social, onde, em 2014, foram servidas,
respetivamente, 20.324 e 38.514 refeições.
Entre
os utentes do refeitório e da cantina social contam-se desempregados, famílias
carenciadas, beneficiários de Rendimento Social de Inserção, pessoas em
situação de marginalização (sem-abrigo, ex-reclusos, toxicodependentes ou
alcoólicos em recuperação), imigrantes e população flutuante do concelho.
A
diocese criou o Fundo de Emergência Social em 2012 para a Cáritas de Beja
ajudar famílias com dificuldades a pagarem despesas básicas em atraso, como
prestações ou rendas de casa, contas de eletricidade ou mensalidades do
infantário dos filhos.
Florival
Silva falava à Lusa a propósito do seminário "Pobreza e inovação",
promovido pelo Núcleo de Beja da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti Pobreza e que
vai decorrer na quinta-feira, no auditório da Escola Superior de Educação da
cidade.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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