Fernando
dos Reis, Fernando Gesteiro, João Arruda e José Barnetto morreram no dia mais
feliz das suas vidas: 25 de Abril de 1974.
Na
edição de hoje o jornal i recorda os heróis esquecidos da revolução que
continua a ser conhecida pelo não derramamento de sangue.
A
revolução “com cravos em vez de balas, com tanques onde soldados partilharam
uma ideia de futuro com a população, em vez de confrontos” é conhecida como a
'Revolução Sem Sangue'. Mas isso não é verdade, como lembra o jornal i.
Morreram quatro pessoas. Fernando dos Reis, Fernando Gesteiro, João Arruda e
José Barnetto são os heróis involuntários e esquecidos daquele que foi o dia
mais feliz das suas vidas.
Ao
que se sabe, como apurou o i, saíram do lugar onde dormiam com o entusiasmo
próprio dos que sentem viver um momento histórico. Dirigiram-se para o Chiado,
Rua António Maria Cardoso, sede da PIDE. Dezenas, talvez centenas, de pessoas
tiveram a mesma ideia. Já depois de ter sido conhecida a rendição de Marcello
Caetano, os agentes da PIDE/DGS, sentindo-se cercados pelo povo, abriram fogo.
“Quem
lá esteve fala de gritos, pânico, confusão”. Muita gente ficou no chão, ferida.
Entre esses, as quatro vítimas mortais da revolução, que viram a liberdade
morrer no dia em que nasceu. O mais novo tinha 18 anos e o mais velho 37.
Apesar
de não se saber muito sobre estes jovens, o i conta que, João Arruda (20 anos)
era um jovem açoriano a estudar em Lisboa e era admirador de Martin Luther
King.
O
mais novo, Fernando Gesteiro, era transmontano e trabalhava como empregado de
escritório. Gozava ainda da proteção do núcleo de Montalegre, “terra de gente
que se jura íntegra e corajosa”.
Fernando
Reis, soldado da primeira companhia de Penamacor. O mais velho, José Barnetto,
natural de Vendas Novas. Entre os esquecidos, a quem o tempo fez ocultar, ficam
também os muitos feridos.
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