terça-feira, 19 de maio de 2015

CPLP deve exigir à Guiné Equatorial adesão à língua - Responsável da ONU para África




Lisboa, 18 mai (Lusa) - O secretário-executivo da Comissão Económica para África das Nações Unidas considera que "a CPLP tem de exigir de todos os seus membros uma verdadeira adesão à língua", referindo-se à entrada da Guiné Equatorial.

"A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) tem a obrigação de exigir por parte de qualquer país membro uma adesão verdadeira à língua, não pode ser uma coisa artificial", disse Carlos Lopes à Lusa, quando questionado sobre a entrada da Guiné Equatorial na organização, no final de uma reunião, hoje em Lisboa, com a direção do Secretariado Executivo da CPLP.

Para o responsável da Comissão Económica para África das Nações Unidas, "houve uma discussão acalorada e um pouco emotiva" sobre a entrada do país - que fala, na sua grande maioria, o espanhol -, na CPLP, mas Carlos Lopes considera que "quando se estabelecem critérios para adesão numa determinada organização, têm de se cingir a esses".

O responsável admitiu que "por vezes aparecem critérios adicionais que podem até ter mérito moral ou político, mas não são juridicamente os critérios para admissão", referindo-se às críticas da comunidade internacional sobre a falta de liberdade de expressão e de ação política no país.

Sobre a expansão da CPLP, Carlos Lopes disse que "qualquer organização internacional tem como objetivo estender a sua influência e cobertura territorial" e acrescentou que não nota nenhuma diferença relativamente à forma como o país é olhado pela comunidade internacional desde que aderiu à CPLP.

"Não noto nenhuma diferença, o mais importante foi o debate sobre a pena de morte e eventual congelamento da legislação, mas não noto nenhuma diferença", disse.

De passagem por Lisboa para participar nos Encontros do Estoril, que decorrem esta semana, o secretário-executivo da Comissão Económica para África das Nações Unidas, uma espécie de 'think tank' da ONU para África, destacou como principais iniciativas o apoio que tem dado aos países na preparação e estruturação das políticas económicas.

Carlos Lopes salientou, designadamente, o contributo para a "reflexão estratégica" feita com os responsáveis da Guiné-Bissau antes do encontro com os doadores, em Bruxelas, e "o apoio à equipa económica do Governo de Angola, que vem na sequência de pedidos formulados diretamente pelo vice-Presidente para que ajudássemos na formatação da discussão sobre o pós-petróleo". 

MBA // EL

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