Pequim,
20 mai (Lusa) -- A Greenpeace apresentou hoje em Pequim, China, o resultado de
um grande inquérito que revela que as frotas chinesas pescam ilegalmente na
África Ocidental, incluindo na Guiné-Bissau.
De
13 em 1985, o número de navio de pesca com pavilhão chinês ou propriedade de
empresas chinesas aumentou para 462 em 2013, refere a organização ambiental.
Em
oito anos, a organização não-governamental identificou 114 casos de pesca
ilegal realizados por aqueles navios em águas da Gâmbia, Guiné-Conacri,
Guiné-Bissau, Mauritânia, Senegal e Serra Leoa.
Aqueles
navios estavam a operar sem licenças ou em áreas proibidas.
A
pesca ilegal foi denunciada pela Greenpeace e pela União de Coordenação de
Operações de Vigilância da Comissão regional de pescas, com sede em Dacar.
Segundo
a organização, 60 daqueles casos estão relacionados com a maior empresa de
pesca da China, a China National Fisheries Corporation, detida pelo Estado
chinês.
"Apesar
do governo chinês estar a eliminar algumas práticas de pesca mais destrutivas
nas suas águas, as lacunas nas políticas existentes conduzem à aplicação de
normas menos rigorosas em África", lamenta em comunicado a organização.
Os
casos mais recentes detetados pela Greenpeace ocorreram nas zonas económicas
exclusivas do Senegal, Guiné-Bissau e Guiné-Conacri entre 26 de outubro e 21 de
novembro de 2014.
Questionado
pela agência noticiosa AFP, um responsável da empresa estatal de pescas chinesas
recusou responder.
"Enquanto
a China estendeu a mão a África durante o surto de ébola, empresas sem
escrúpulos chinesas exploram ilegalmente o meio marinho da África Ocidental,
aproveitando-se da fraca supervisão das autoridades locais e chinesas e prejudicando
os pescadores locais e o meio ambiente", disse Rashid Kang, chefe da
Greenpeace para a China.
MSE
// JPS
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