Relatório
hoje divulgado defende política orçamental restritiva e avisa que, sem
reformas, crescimento será fraco nos próximos anos. Ambiente favorável, com
juros e petróleo baixo, não chega.
O
Fundo Monetário Internacional (FMI) continua a insistir na necessidade de
avançar com reformas estruturais para resolver problemas ainda pendentes na
economia portuguesa. De acordo com o relatório divulgado hoje ao abrigo do
artigo IV que o Fundo publica regularmente, Portugal tem que reduzir o
endividamento publico e privado, baixar o elevado desemprego e acelerar o ritmo
de crescimento.
Na
área orçamental, o documento insiste na necessidade de reforçar o ajustamento
para acelerar a redução da divida pública que, estima, estará ainda em 110% em
2020. “O ajustamento orçamental deve continuar, com ênfase na racionalização da
despesa através de uma reforma abrangente dos salários do setor público e das
pensões”. Do lado da despesa, o documento insiste ainda nos gastos dos
hospitais, empresas públicas e também nas parcerias público-privado (PPP).
Em
relação ao futuro, o documento alerta que “Portugal está a beneficiar de ventos
de popa favoráveis, mas o crescimento esperado no médio prazo é moderado”.
Lembra que o programa de compra de dívida do BCE ajudou a baixar as taxas de
juro e a eliminar as dificuldades de financiamento, ao mesmo tempo que o euro e
o petróleo desvalorizaram. Um ambiente altamente favorável mas permanecem,
ainda assim, “diversos desafios, nomeadamente fraco investimento, elevado
endividamento e bloqueios estruturais”.
Uma
das áreas que preocupa é o mercado de trabalho onde, pretende o FMI, “as
autoridades devem implementar reformas estruturais adicionais para absorver o
elevado labour slack (mão de obra não utilizada) e estimular o crescimento
económico”.
Expresso
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