Logo pela manhã Ana Gomes, a
eurodeputada do PS, deu sinais de ter acordado meia-destapada e com os pés de
fora. Vai daí meteu a boca no trombone e disse das dela sobre Angola e o “arranjinho”
– dizemos nós – entre a justiça de Portugal, sob pressões políticas, e a de Angola,
para transferir o processo Fizz de Manuel Vicente, para as paragens da Baía de
Luanda. Ora a isso o governo português, em declarações do MNE, disse logo que não
senhor, nada disso. Comprovando como somos bons no faz de conta salientado pelo PR Marcelo. Referiu ainda o MNE que Ana é uma irresponsável… Será porque acorda mal disposta? - perguntamos.
Não. Pois não, senhora deputada. Aconteceu
tudo por obra e graça do espírito santo banqueiros… Olhem, provavelmente até
sim, porque o DDT ainda mexe e vai levar com uma prenda de impunidade neste ou
noutro natal. Aliás, tal já acontece, levará mais uns tempos, até que o constante no processo (processos?) assente numa pedra de gelo... se derreta. E depois? Ora, ora, o costume acontecerá, mais coisa menos coisa.
Ana Gomes é igualmente “irresponsável”
nessa coisa de ver Portugal como uma lavandaria de Angola, pelas palavras
abrangentes do MNE português. De certo modo tem razão, porque não é só
lavandaria de Angola. Salazar disse “para Angola em força”
quando deflagrou a luta armada pela independência daquela “província
ultramarina”. E milhares de jovens foram deixar lá vidas, membros, miolos e etc. Uma vez Angola independente, alguém do tipo Salazar talvez tenha dito
acerca dos milhares e milhões “para Portugal em força e ponham as verdinhas
todas branquinhas, lavadinhas.” E lá têm vindo elas aos pulinhos e de cauda a dar a dar... Prontas para a banhoca.
Assim tem acontecido mas dizem que não aos que
dizem que sim. Ena, grande confusão. Melhor mesmo é lerem o que destinamos a
seguir sobre o assunto que foi pequeno almoço na TSF e depois também servido
por outros órgãos de comunicação social. Leiam e pensem pela vossa própria
cabeça. (PG)
Ana Gomes: “Portugal continua a
ser uma lavandaria de Angola”
A eurodeputada socialista diz, em
entrevista à TSF, que a transferência do processo de Manuel Vicente para Angola
"foi fabricada". Sobre a OPA chinesa à EDP afirma que "é um esquema
completamente opaco" e que o ministro-adjunto Pedro Siza Vieira tem um
conflito de interesses.
Ana Gomes discorda da decisão do
Tribunal da Relação de enviar para Angola o processo do ex-vice-presidente
angolano, Manuel Vicente, e sublinha que o caso indica que o poder judicial
agiu em função da conveniência política.
Em entrevista à rádio TSF, a
eurodeputada socialista afirma que “a argumentação do acórdão da relação é
penosa de ler” e que “foi sonegada à opinião pública uma coisa muito
importante: Manuel Vicente tem nacionalidade portuguesa”.
Ana Gomes acredita que a decisão
do Tribunal foi “fabricada à medida do que é conveniente e com o objetivo de
fazer desaparecer o irritante,” numa alusão ao termo que o ministro dos
Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, usou para classificar o processo.
A eurodeputada afirma
que “Portugal continua a ser uma lavandaria de Angola, num esquema de
branqueamento de capitais”.
Sobre a OPA chinesa à EDP, a
eurodeputada afirma que “é um esquema completamente opaco” e que o
ministro-adjunto Pedro Siza Vieira tem um conflito de interesses.
Jornal Económico com Lusa | Foto
Cristina Bernardo
O ministro dos negócios
estrangeiros afirmou que "se houve comportamento das autoridades políticas
portuguesas, foi de inteiro respeito pelo processo judicial e pelas decisões
judiciais"
O ministro dos Negócios
Estrangeiros desmentiu esta quinta-feira “em absoluto” que as autoridades
políticas portuguesas tenham exercido pressão política para que a justiça
decidisse enviar o processo do ex-vice-Presidente angolano para Luanda, como
afirmou a eurodeputada socialista Ana Gomes.
“No que me diz respeito, se a
alegação de que houve pressão política quisesse dizer pressão das autoridades
políticas portuguesas, eu desminto em absoluto”, afirmou aos jornalistas
Augusto Santos Silva, à margem da abertura da conferência “Europe as a Global
Actor”, no ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa. O chefe da diplomacia
portuguesa disse conhecer “muito bem o processo”.
“Como aliás é público e notório,
se houve comportamento das autoridades políticas portuguesas, foi de inteiro
respeito pelo processo judicial e pelas decisões judiciais”, salientou.
Em entrevista à rádio TSF, a
eurodeputada do PS Ana Gomes afirmou que a transferência do processo de Manuel
Vicente para Luanda – que era exigida pelas autoridades angolanas e que o
Governo português classificava como “o único irritante” nas relações bilaterais
– “foi fabricada”. Ana Gomes considerou que a decisão do Tribunal da Relação de
remeter o processo para Angola foi uma “decisão fabricada à medida do que é conveniente
e com o objetivo de fazer desaparecer o irritante”.
Na mesma entrevista, a socialista
considerou que Portugal “continua a ser uma lavandaria de Angola, num esquema
de branqueamento de capitais”. Uma expressão que, comentou esta quinta-feira
Santos Silva, “só responsabiliza” Ana Gomes. “Apenas lamento que esta tentação
que às vezes se tem de se procurar arvorar em justiceiro pode levar a níveis de
irresponsabilidade política que me continuam a surpreender”, disse.
Questionado sobre se estas
declarações podem prejudicar a visita do primeiro-ministro, António Costa, a
Angola, que está a ser preparada, Santos Silva recusou. “Quem fala com Angola
em nome de Portugal é o Presidente da República, o Governo, quem conduz a
política externa é o Governo, são as minhas palavras que contam”, disse.
Portugal e Angola “estão a
trabalhar” na deslocação oficial de Costa a Luanda, que estava suspensa devido
ao impasse sobre o processo de Manuel Vicente, disse ainda o ministro dos
Negócios Estrangeiros, que se escusou a revelar se já há data para essa visita.
O ex-vice-Presidente de Angola é acusado de ter corrompido o ex-procurador
português Orlando Figueira, no processo Operação Fizz, com o pagamento de 760
mil euros, para o arquivamento de dois inquéritos, um deles o caso Portmill.
Observador com Lusa | Foto António
Cotrim
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