segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Guiné-Bissau: PAIGC NO GOVERNO, LDH SUSPENSA, CRITICAS FUTEBOLISTICAS




Partido União para Mudança propõe formação novo Governo liderado pelo PAIGC

06 de Agosto de 2012, 14:56

Bissau, 06 ago (Lusa) - O partido União para Mudança (UM) propõe que seja criado um novo Governo na Guiné-Bissau que seria liderado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) como forma de se ultrapassar a crise no país.

Formação política sem representação parlamentar mas bastante interventivo no cenário político guineense, a UM faz esta proposta num documento, a que agencia Lusa teve hoje acesso, que entregou ao Presidente de transição, Serifo Nhamadjo.

Intitulado propostas de solução para os problemas que caraterizam o atual momento político da Guiné-Bissau, o documento faz um diagnóstico do país desde o golpe de Estado de 12 de abril, alertando para os perigos que o país corre caso não sejam adotadas medidas urgentes.

Para o partido liderado por Agnelo Regala, antigo porta-voz do falecido Presidente Malam Bacai Sanhá, era melhor que o Presidente de transição, Serifo Nhmadjo, convidasse o PAIGC (partido maioritário) a formar um novo Governo, o qual seria de base alargada.

"Esta poderá constituir uma forma de atenuar a ação adversa e o isolamento da comunidade internacional e permitir o início de contactos mesmo que oficiosos com a mesma", nota a UM.

O partido pede ainda ao Presidente de transição que seja mais interventivo na busca de diálogo entre as principais forças políticas no Parlamento, que se inicie ações tendentes à realização de eleições gerais no prazo fixado pela Carta de Transição, mas antes que se crie uma comissão eventual para a revisão da lei eleitoral.

No entanto, a União para Mudança diz que pouco tem sido feito com vista à realização de eleições gerais dentro de 10 meses.

À comunidade internacional, a UM pede que não transforme a Guiné-Bissau "num palco de contendas diplomáticas e geoestratégicas", mas sim que faça um esforço conjugado para ajudar o país a ultrapassar "os graves e múltiplos problemas" que tem.

A Guiné-Bissau conheceu mais um golpe de Estado no dia 12 de abril passado, protagonizado pelos militares que destituíram o Governo e o Presidente eleitos, colocando nos seus lugares novas autoridades para gerir, transitoriamente, o país durante 12 meses.

Tirando a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), a restante comunidade internacional não reconhece as novas autoridades de Bissau.

MB.

Liga Direitos Humanos suspende participação no Movimento da Sociedade Civil

06 de Agosto de 2012, 15:53

Bissau, 06 ago (Lusa) - A Liga Guineense dos Direitos Humanos suspendeu a sua participação no Movimento da Sociedade Civil por discordar do posicionamento desta organização perante o golpe de Estado de 12 de abril passado.

Em carta dirigida ao presidente do Movimento (plataforma que congrega mais de 100 organizações da sociedade civil guineense), Jorge Mendes, a Liga diz que suspende a sua participação naquela estrutura devido ao posicionamento de "claro apoio ao golpe de Estado" por parte de alguns dirigentes da organização.

"À revelia das deliberações adotadas pela Direção do Movimento após a alteração da ordem constitucional, um grupo de dirigentes tem colocado a organização numa situação extremamente comprometedora, chegando ao ponto de promover mediações e encontros com as pessoas implicadas na sublevação militar de 12 de abril, inclusive de propor figuras para conselheiros do alegado Presidente de transição", lê-se na carta assinada pelo presidente da Liga.

Luis Vaz Martins, que lembra os esforços consentidos pelos membros e dirigentes da Liga Guineense dos Direitos Humanos "às vezes pondo em risco a própria vida", para sustentar que em nenhum momento a sua organização se poderá "alhear dos valores da democracia e do Estado de direito democrático".

Para Martins, o presidente do Movimento, Jorge Mendes, acaba por caucionar as declarações feitas publicamente pelo porta-voz da organização, Mamadu Quetá, aquando do golpe de Estado, uma vez que em nenhum momento foram contrariadas.

"Estes comportamentos de alguns dirigentes, acrescidos às declarações prestadas pelo porta-voz do Movimento no passado e a passividade do presidente da organização, representam implícita e objetivamente o reconhecimento das autoridades saídas do golpe numa clara violação dos princípios da democracia interna, fundada na regra da maioria", observou Vaz Martins.

O presidente da Liga dos Direitos Humanos diz ter feito várias tentativas no sentido de chamar a atenção da direção do Movimento, mas acabou por perceber que o posicionamento dos seus principais membros tirou credibilidade interna e externa à organização.

Perante isto, lê-se ainda na carta, a Liga suspende "com efeitos imediatos" o seu estatuto de membro do Movimento da Sociedade Civil até ao próximo congresso da organização que deverá ter lugar no mês de novembro.

A Lusa tentou contactar a direção do Movimento, mas não teve resposta.

MB.

Guiné-Bissau - Federação critica agente dos jovens luso-guineenses transferidos do Sporting para o Barcelona B

06 de Agosto de 2012, 17:06

Bissau, 06 ago (Lusa) - O presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), Manuel Nascimento Lopes, teceu hoje duras críticas ao agente dos jovens jogadores luso-guineenses Agostinho Cá e Edgar Ié, recentemente transferidos do Sporting para Barcelona B.

Para Nascimento Lopes, o clube onde os dois atletas foram formados a União Desportiva Internacional de Bissau (UDIB) devia receber 750 mil euros à luz das regras fixadas pela FIFA, no âmbito dos direitos de formação.

"A UDIB devia receber 750 mil euros por estes dois atletas, mas, ao que conta, os agentes dos jogadores não entregaram nada ao clube. Isso é um crime contra o futebol. Não podemos admitir que isso continue no nosso futebol", defendeu Manuel Lopes, quando fazia abertura oficial do campeonato do bairro Militar, subúrbios de Bissau.

Segundo Nascimento Lopes, "há empresários, ou agentes, que falam e ganham dinheiro em nome do futebol, sem dar cavaco aos clubes ou aos familiares dos atletas".

"Nós vamos lutar contra isso", declarou o presidente da federação de futebol guineense.

Jovens naturais da Guiné-Bissau, mas naturalizados portugueses, Agostinho Cá e Edgar Ié transferiram-se do Sporting para o Barcelona B, no passado mês de julho, depois de alguns meses de polémica entre o agente de ambos, o clube catalão e o Inter de Milão, de Itália.

MB.

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