segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Moçambique: MELHORAR GESTÃO DE TERRAS, AVARIA EM CAHORA BASSA




Governo tem que melhorar gestão de terra para evitar mais conflitos - ministra

06 de Agosto de 2012, 15:24

Chimoio, Moçambique, 06 ago (Lusa) - O Governo moçambicano tem que melhorar a gestão da terra, face às novas descobertas e exploração dos recursos minerais, para fortalecer a vida da população e evitar mais conflitos, defendeu hoje a ministra da Administração Estatal.

Falando no distrito de Gôndola, província de Manica, no centro de Moçambique, Carmelita Namachulua que no "momento crucial do desenvolvimento do país", caraterizado pela descoberta de recursos naturais estratégicos e um fluxo cada vez maior de investimentos para sua exploração, urge melhorar a gestão da terra.

"Se nós deixamos a população a implantar as suas infraestruturas, hoje, e, amanhã, dizermos para se retirar porque queremos colocar uma escola, aí podemos criar conflitos, e isso pode ser evitado se nos prepararmos. Há proatividade da população, mas o Governo ainda tem fragilidades nesta ação", disse à Lusa Carmelita Namachulua.

Aos órgãos locais do Estado, acrescentou, cabem ações de coordenação com as entidades de ordenamento territorial, para que prevejam espaços habitacionais e para implantação de projetos agrários ou mineiros de grandes investimentos.

"A população vai implantando as infraestruturas, de acordo com as suas necessidades, cabe ao Governo ser muito proativo, ordenando melhor o território, sobre o quê e onde implantar, com uma visão futurista, para evitar a eclosão de conflitos", disse Namachulua, admitindo choques com iniciativas que "rendem as populações".

Em Tete, centro, com uma explosão da indústria mineira, centenas de famílias, que dependiam do solo para produzir comida, tiveram que ceder a terra para a mineração. Naquele ponto do país, a população já fez greves, em protesto contra os reassentamentos e o que consideram magras recompensas por perdas.

Naquela província estima-se que 90 por cento de terra arável, dos 9.805.481 milhões de hectares do potencial agrícola de Tete, esteja concessionada às empresas envolvidas na pesquisa e exploração de vários recursos minerais.

Em várias cidades do país, a política de ordenamento urbano dos governos municipais tem custado a demolição de muitas residências e gerado conflitos com os munícipes.

AYAC.

Avaria em Cahora Bassa condiciona exportação de energia

06 de Agosto de 2012, 15:33

Maputo, 06 ago (Lusa) - A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) está desde junho a operar a 70 por cento da sua capacidade, devido a avaria da bobine de alisamento, de 150 toneladas, que regula o transporte de energia produzida na central elétrica.

A avaria, considerada de grande dimensão, ocorreu na subestação do Songo, na província de Tete, no centro de Moçambique, e deverá ser solucionado num máximo de 30 dias, disse o administrador para a Área Técnica da HCB, Gildo Sibumbe.

Citado pelo jornal Notícias, de Maputo, Gildo Sibumbe afirmou que o dano na rede de distribuição de energia elétrica está a afetar exportações de energia para os países vizinhos, mas a direção da empresa já solicitou um empréstimo de um equipamento com caraterísticas similares às autoridades sul-africanas.

"Contactos estão em curso com outros nossos parceiros para a aquisição da bobine o mais urgente possível", disse o administrador para a Área Técnica da HCB, estimando que a peça chegue nos próximos meses.

A HCB exporta energia para África do Sul, Zimbabué, Malaui, Botsuana e Zâmbia, países localizados na região austral do continente africano.

Segundo Gildo Sibumbe, o equipamento avariado é "muito pesado", pelo que "o seu transporte deve ser muito lento".

"Estamos já a negociar com a Administração Nacional de Estradas (ANE) de Moçambique para encontrarmos uma saída de forma a evitar a destruição de rodovias, com particular atenção para as pontes, que poderão desabar devido ao peso da bobine, que é de cerca de 150 toneladas", disse.

A HCB solicitou uma equipa de especialistas alemães que deverá chegar nos próximos dias para fazer o estudo de viabilidade visando a reposição do equipamento danificado, no entanto, contratou uma empresa especializada para fazer o estudo da melhor rota que o equipamento deverá seguir até chegar a Songo.

A companhia aconselha o transporte a partir de Pretória, passando por Zimbabué até Moçambique via região de Cuchamano, em Tete.

Caso se utilize esta via, espera-se que o camião passe apenas por uma ponte de maior caudal junto ao rio Mazoio, por isso, a HCB terá que "trabalhar com a ANE para ver como é que se pode reforçar a ponte de modo a suportar o peso do camião e do equipamento", disse.

"Noutros pontos vamos fazer desvios. A outra via seria a entrada via Porto da Beira, mas para isso teríamos que atravessar mais pontes e uma delas seria a Samora Machel, por isso, esta via está fora de hipótese", explicou.

Recentemente, o presidente da HCB, Paulo Muxanga, disse à Lusa que a hidroelétrica está no limite da sua capacidade de produção, pois cada um dos seus cinco geradores produz 415 megawatts e já não pode produzir mais que os 2.075 megawatts que gera atualmente.

MMT.

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