O
presidente eleito da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, toma hoje posse em mais uma
cerimónia que marca o regresso do país à ordem constitucional.
O
parlamento ditado pelas eleições legislativas de 13 de abril prestou juramento
na última semana e, depois de empossado, o novo chefe de Estado poderá colocar
em funções o primeiro-ministro (Domingos Simões Pereira) e respetivo governo.
Chega
ao fim o período em que o país foi dirigido por autoridades e figuras nomeadas
na sequência do golpe de Estado militar de abril de 2012 - que depôs o
executivo em que José
Mário Vaz era ministro das Finanças.
Vários
chefes de Estado, governantes e outras figuras vão participar na cerimónia
marcada para as 11:00 no Estádio Nacional 24 de Setembro - entre os quais Rui
Machete, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, cujo avião Falcon da
Força Aérea Portuguesa aterra às 09:30 em Bissau e volta a partir às 14:30.
O
novo presidente, militante do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo
Verde (PAIGC) desde 1989, é conhecido como "o homem do 25" por ter
conseguido pagar pontualmente os ordenados da função pública (no dia 25 de cada
mês) quando era ministro das Finanças.
Hoje
os serviços públicos (incluindo forças de segurança) acumulam seis meses de
salários em atraso, o aparelho de Estado não funciona, a economia caiu a pique,
os indícios de corrupção são generalizados e os recursos naturais são
saqueados, referem organizações nacionais e estrangeiras.
Ainda
assim, José Mário Vaz disse num recente encontro com jornalistas que "a
partir de agora, nada é impossível" - para contrariar a expressão em
crioulo "djitu ka ten" aplicada aos problemas do país e que significa
"não tem jeito, não há solução".
Prometeu
ainda dar estabilidade ao governo e dialogar com todos os representantes da
sociedade guineense para garantir paz e desenvolvimento.
José
Mário Vaz foi eleito à segunda volta a 18 de maio, depois de o PAIGC, que o
apoiou, já ter conquistado maioria absoluta nas eleições legislativas.
Foram
as primeiras eleições realizadas na Guiné-Bissau desde o golpe de Estado de 12
de abril de 2012 e que permitem normalizar relações diplomáticas e de
cooperação com a generalidade da comunidade internacional - que não reconheceu
as autoridades de transição nomeadas depois do golpe militar.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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