Lisboa,
25 nov (Lusa) - O ministro da Defesa português, José Pedro Aguiar-Branco,
inicia hoje uma visita oficial de dois dias a Timor-Leste, a convite do
primeiro-ministro e seu homólogo timorense, Xanana Gusmão, e na qual será
discutida a cooperação militar.
Esta
deslocação de Aguiar-Branco ocorre depois de, no início do mês, o Governo de
Timor-Leste ter ordenado a expulsão, no prazo de 48 horas, de oito funcionários
judiciais, cinco juízes e uma procuradora portugueses, um procurador
cabo-verdiano, e um oficial da PSP.
A
este propósito, o ministro da Defesa disse, a 10 de novembro no parlamento,
esperar que a suspensão da cooperação com Timor-Leste na área da Justiça que se
seguiu a estas expulsões não afete a cooperação técnico-militar entre os dois
países.
O
Governo de Timor-Leste afirmou na segunda-feira em comunicado que a assistência
de Portugal ao setor da defesa é "muito apreciada" e que aguarda com
expetativa a visita do ministro da Defesa português, José Aguiar-Branco.
Em
Díli, Aguiar-Branco terá uma reunião bilateral com o primeiro-ministro, Xanana
Gusmão, que é simultaneamente ministro da Defesa e Segurança de Timor-Leste,
estando prevista a assinatura de um memorando de entendimento entre os dois
países, de acordo com o programa da visita, divulgado pelo Ministério da Defesa
Nacional português.
Este
memorando relativo ao Centro de Língua Portuguesa vai ter como missão a
promoção do ensino da língua portuguesa aos militares timorenses.
Timor-Leste
vai financiar a construção e equipamentos do centro, Portugal vai apoiar na
construção e equipamento e criar os programas e conteúdos educacionais, segundo
o comunicado do governo timorense, em que se sublinha que os formadores e
monitores vão ser disponibilizados por Lisboa.
Do
programa de Aguiar-Branco consta igualmente um jantar oferecido por Xanana
Gusmão e, já na quarta-feira, uma audiência com o Presidente da República, Taur
Matan Ruak, um encontro com o Chefe das Forças de Defesa de Timor-Leste,
Major-General Lere Anan Timur, e uma visita ao Instituto de Defesa Nacional.
A
cooperação no setor da defesa entre os dois países começou em 2002.
O
Programa Quadro de Cooperação Técnico-Militar luso-timorense para o período até
2016 foi assinado em fevereiro deste ano em Lisboa.
ACL/MSE/SMA
// JPS
Ministro
da Defesa escusa comentar detenção de antigo primeiro-ministro português
Díli,
25 nov (Lusa) - O ministro da Defesa, Aguiar Branco, escusou-se hoje em Díli,
Timor-Leste, a comentar a detenção do antigo primeiro-ministro português José
Sócrates por suspeita de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e
corrupção.
"Como
sabe eu julgo que este não é o momento, nem a circunstância aqui em Timor para
me pronunciar sobre esta matéria", afirmou o ministro, em declarações aos
jornalistas no hotel, após um encontro com o primeiro-ministro timorense,
Xanana Gusmão.
Três
dias depois de ter sido detido em Lisboa, o ex-primeiro-ministro ficou
segunda-feira em prisão preventiva por indícios de fraude fiscal qualificada,
branqueamento de capitais e corrupção, mas o seu advogado já anunciou que vai
recorrer.
O
ministro português chegou hoje a Díli para uma visita de menos de 24 horas para
reforço da cooperação entre os dois países no setor da Defesa.
No
encontro com Xanana Gusmão, Aguiar Branco assinou um memorando de entendimento
para a criação de um centro de língua portuguesa no centro de formação militar
de Metinaro.
Durante
a sua estada em Díli, o ministro da Defesa português vai também reunir-se com o
Presidente timorense, Taur Matan Ruak, com o chefe das Forças de Defesa de
Timor-Leste, general Lere Anan Timur, e visitar o Instituto de Defesa Nacional.
MSE
// PGF
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